22/07/2025

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Trump é a expressão do desespero dos Estados Unidos diante da China

A China é um país com quase 1,5 bilhão de pessoas, a um passo de se tornar a maior potência econômica e tecnológica do planeta. Donald Trump e a cúpula do poder econômico e político dos Estados Unidos sentem que estão perdendo o controle do poder global, por se encontrarem em uma situação de fragilidade financeira sem precedentes. O dólar se desvaloriza perante as demais moedas em todo o mundo.

Os Estados Unidos superaram o limite de endividamento aprovado pelo Congresso, de aproximadamente US$ 36,2 trilhões (120% do PIB). O limite legal de endividamento expira em agosto. Donald Trump recorreu ao Congresso e conseguiu a aprovação, em votação apertada, do projeto que aumenta a dívida do país em US$ 3,3 trilhões em dez anos.

O país vive a iminência de uma crise financeira de consequências imprevisíveis para a segurança do sistema financeiro e do dólar. Os juros a serem pagos para conseguir crédito nos mercados estão muito altos. A insegurança dos investidores amalgamou as preocupações com o que pode acontecer com o império financeiro, tecnológico e bélico do planeta — uma apreensão típica dos momentos que precedem grandes crises. Talvez isso explique os ataques agressivos do governo Trump.

A escandalosa tarifa imposta ao Brasil expôs o incômodo do governo dos Estados Unidos com a nossa política externa independente, ativa e altiva. O governo Lula resgatou o Brasil da condição de isolamento, de subserviência, de pária internacional — situação à qual foi levado pelo governo anterior — e o reposicionou na geopolítica internacional com protagonismo soberano.

O presidente Lula tem participado ativamente dos grandes fóruns internacionais com a pauta da defesa do multilateralismo, da erradicação da fome, da pobreza extrema e da desigualdade; da defesa do desenvolvimento sustentável com justiça social, tributária e ambiental; e da paz entre as nações. Atua estrategicamente na ampliação da participação do Brasil no comércio internacional, chegando a abrir mais de 340 novos mercados para os nossos produtos. Temos batido recordes seguidos de exportações, tendo em vista o crescimento da nossa economia baseado em investimentos.

Recentemente, o Brasil presidiu o G20, grupo de países das maiores economias do mundo, rompeu com a tradicional e predominante pauta dos problemas do sistema financeiro internacional e priorizou os assuntos emergenciais que afetam todos os países. Tanto que a declaração final da cúpula reafirmou o compromisso com as diretrizes do Acordo de Paris sobre o clima, o apoio à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza (com adesão de 80 países), a redução da desigualdade, indicou a taxação dos super-ricos e a necessidade de mudanças na governança global.

O Brasil preside o Mercosul. O presidente Lula finaliza o sonhado acordo entre o Mercosul e a União Europeia e coloca em discussão a pauta dos problemas emergenciais globais levada por ele aos demais fóruns internacionais.

Preside também o Brics e realizou sua 17ª cúpula no início deste mês, no Rio de Janeiro. Na declaração final, assinada pelos chefes de Estado, foram assumidos os compromissos com a defesa do multilateralismo, a reforma da ONU, a busca por uma governança global mais justa e equitativa, e a ampliação da cooperação entre os países do Sul Global.

A declaração destaca ainda a importância do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, a cooperação em saúde, o enfrentamento dos problemas ambientais e climáticos, a urgência da regulação da IA, a participação popular, o combate ao racismo e a todos os tipos de discriminação, e a busca da paz entre as nações.

A política externa brasileira de ocupar os fóruns internacionais com as pautas emergenciais globais tem o governo Donald Trump como antagonista. A decisão de impor a tarifa de 50% a produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos e a interferência nos assuntos internos do Brasil vieram junto com ameaças ao Brics.

Além da tarifa imposta, Donald Trump desrespeitou nossa soberania, o princípio da autodeterminação dos povos e nosso compromisso com a garantia do Estado Democrático de Direito. Atacou nossas instituições republicanas, particularmente o Poder Judiciário, por conduzir um processo contra o ex-presidente e seus comandados, pela tentativa de golpe de Estado no Brasil, a fim de instaurar uma ditadura.

E mais: Donald Trump disse que, caso seja adotada uma moeda de referência para o comércio entre as nações do Sul Global, que acabe com a dominância do dólar no mercado mundial, imporá tarifas comerciais adicionais de 10% a países que se alinharem ao Brics.

Disparou cartas para 25 países parceiros comerciais dos Estados Unidos, ameaçando impor tarifas de 25% a 50% a produtos importados desses países. Segundo reportagem da agência Bloomberg, a União Europeia ameaçou retaliar com tarifa de 30% sobre a maior parte das exportações do bloco europeu para os Estados Unidos, embora prefira uma solução negociada. A reunião para decisão deve ocorrer nesta semana. As tarifas já atingiram 70% das exportações europeias para o mercado norte-americano. Os encargos atuais impostos chegaram a 380 bilhões de euros, cerca de US$ 442 bilhões.

Em junho, há quase um mês, membros da OTAN elevaram suas metas de gastos com defesa em 5% do PIB, para atender às exigências de Donald Trump. Ceder às exigências, como os europeus acabaram de fazer, significa transferir recursos para a indústria de defesa dos Estados Unidos. Em seguida, a União Europeia recebeu a carta do tarifaço.

Com o multilateralismo sob ataque e o modelo institucional de governança criado no pós-guerra se desfazendo, a Europa tem, agora, a oportunidade de se livrar da complacência com os Estados Unidos e se unir às democracias do Sul Global, a fim de reconstruir um sistema comercial e financeiro na perspectiva de um modelo de desenvolvimento sustentável, condizente com as necessidades de superação da guerra tarifária imposta pelo governo Trump, dos problemas emergenciais, da resolução dos conflitos e da construção da paz duradoura.O presidente Lula tem defendido o diálogo com os demais chefes de Estado para a construção de um modelo institucional capaz de enfrentar os desafios emergenciais: assegurar os direitos humanos, a soberania, a democracia, a erradicação da pobreza, a redução da desigualdade — enfim, um modelo de desenvolvimento sustentável com justiça social, tributária e ambiental — no qual prevaleça o diálogo na construção de consensos para o restabelecimento da paz entre as nações, o cuidado das pessoas, principalmente as que vivem em situação de vulnerabilidade, e do meio ambiente. A política externa do presidente Lula tem compromisso inabalável com essa pauta, recebida com entusiasmo por lideranças globais. Junte-se a nós.

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