23/06/2022

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Guimarães alerta que CPI da Petrobras é “malandragem política”

O deputado José Guimarães (PT-CE) fez duras críticas ao governo Bolsonaro nesta quarta-feira (22), usando o tempo de Liderança da Minoria em plenário. O parlamentar afirmou que Bolsonaro quer enganar o povo brasileiro com a falácia de redução do ICMS dos combustíveis e com a proposta de criação da CPI da Petrobras, mas não faz nada para mudar a política dolarizada de preços, responsável pelos valores abusivos da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. “Nós somos contra a CPI. A Minoria é contra isso, porque é malandragem política de governo incompetente, que não sabe fazer a gestão política da economia e vem fazer essa tentativa durante o período eleitoral”, denunciou.

Guimarães considerou a proposta de CPI uma “chicana” do governo Bolsonaro e seus representantes na Câmara. O governo, segundo o parlamentar, ao sinalizar esse caminho para enfrentar a brutal crise que afeta a vida dos brasileiros e das brasileiras, por conta dos sucessivos aumentos dos combustíveis em nosso País, “cria essa fantasia, essa picaretagem política para dizer que, no que tange ao problema da Petrobras, o governo precisa impor aos seus diretores outra política, como se isso fosse resolver o problema da empresa”.

Mudar a política de preços

Ele afirmou que o governo deu tiro no pé com o projeto de redução e congelamento das alíquotas do ICMS nos estados, aprovado pela Câmara e pelo Senado. “Os estados reagiram e 2 dias depois a Petrobras anunciou o aumento de quase 15% no diesel e mais de 6% nos combustíveis – gás e gasolina. Ou seja, se o governo quer resolver o problema das altas taxas de aumento permanente dos combustíveis que afeta o Brasil, ele deve enfrentar o problema com a mudança da política de preços da empresa”, reiterou.

Guimarães relembrou que a atual política de preço da Petrobras foi decidida por decreto pelo então presidente da empresa, Pedro Parente, na época do governo Temer, que estabeleceu através de uma reunião do Conselho de Administração da estatal, essa paridade no preço do barril equiparando-o ao dólar. “Ou seja, não tem PL, não tem PEC que resolva o problema, porque está pendurado aqui na política internacional de preços”, ressaltou.

Novo aumento

“E vem mais aumento esta semana, e vem mais aumento na semana seguinte, porque a volatilidade do barril do petróleo no mundo leva a empresa ter que aumentar, até porque pela Lei das Estatais, se os diretores não fizerem isso, vão responder judicialmente. A empresa é regida por esse malfadado preço do barril, que é vinculado ao mercado internacional. Portanto, o que deve ser mudada é a política de preço da empresa”, defendeu.

“E não me venham com PEC e CPI para resolver um problema que é do governo, que não é desta Câmara, não é deste Parlamento”, afirmou Guimarães, ao enfatizar que é o governo quem tem que enfrentar esse problema. “Nós vamos sustentar uma CPI puxada pelo PL? Nem o PP nem vários outros partidos da base querem isso, porque acham que é uma loucura tão grande! Mas essa é a loucura deste governo, é a marca deste governo da desorganização”, criticou.

Brasil em derrocada 

Na avaliação do deputado Guimarães, o Brasil está em derrocada. “Há uma incompetência generalizada de um governo que não sabe governar, que não tem minimamente o compromisso com o País. Ele disse que já viveu vários governos – do FHC até agora – “e nunca vimos uma coisa tão incompetente, tão desastrosa para o Brasil como esse governo que aí está”.

“Querem mudar? Vamos fazer um pacto? Vamos botar aqui em debate do Congresso Nacional a discussão da política de preços? Topam mudar?”, indagou Guimarães,  que já tem ele mesmo a resposta: Não, não topam. “E sabem por quê? Porque o mercado não deixa. Está todo mundo assustado com o grau de desorganização e incompetência deste governo, da dupla Bolsonaro/Guedes, Guedes/Bolsonaro. O Brasil não está, ele já caiu no abismo. O boeing ‘naufragou’. Este Governo é o maior furador de teto da história, não tem competência alguma para fazer a gestão política da economia”, acusou.

* Publicado originalmente no site PT na Câmara em 22/06/2022. Texto: Vânia Rodrigues