02/05/2016
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Trabalhadores marcham contra o golpe e em defesa dos direitos trabalhistas
Em meio à análise do pedido de impeachment pelo Senado Federal, trabalhadores e movimentos sociais celebraram o 1º de maio, em Fortaleza, contra o golpe e em defesa dos direitos trabalhistas. Em boa parte do trajeto, pela Av. Leste-Oeste, lideranças sindicais e parlamentares utilizaram carros de som para condenar o impeachment movido contra a presidenta Dilma e alertar sobre os riscos de um eventual governo Temer.
“Se por algum desastre, o Senado aprovar o golpe, as ruas não darão trégua e muito menos os trabalhadores legitimarão este novo governo”, analisou o termômetro político nacional o líder do governo na Câmara, José Guimarães. Segundo ele, a legitimidade do voto popular é fundamental para governabilidade na jovem democracia brasileira.
Nas capitais – Outros 14 estados brasileiros realizaram atos políticos como os de Fortaleza. Em Porto Alegre, o prêmio Nobel da Paz Adolfo Esquivel chamou o processo de impeachment contra Dilma de "golpe brando". "É importante a união dos trabalhadores e do povo nesse momento frente aos golpes de Estado 'brandos'. Não queremos mais golpes de Estado", afirmou.
Em São Paulo, parlamentares e a própria presidenta Dilma aproveitaram o ato realizado pela CUT, no Vale do Anhangabaú, para criticar o processo de impeachment e atacar oposicionistas. "Como eu não tenho conta no exterior, como eu jamais utilizei recursos públicos em causa própria, nunca embolsei dinheiro do povo brasileiro, não recebi propina e nunca fui acusada de corrupção, eles tiveram que inventar um crime”, disparou.
"É constrangedor e aí, eu quero que vocês pensem comigo, ora, se não tem base para o impeachment, o que é que está havendo? É Golpe", disse a presidenta.
Semana política - Nesta semana, a comissão do impeachment no Senado Federal retoma os trabalhos e deve votar o relatório final na próxima sexta-feira (6/5). A previsão é de que o documento produzido pelo colegiado seja submetido ao Plenário da Casa no próximo dia 12, quando também está prevista para acontecer uma grande manifestação popular em defesa da democracia em Brasília (DF).
Caso seja acatado o pedido de impedimento pela Casa Revisora, a presidenta Dilma é afastada de suas funções pelo prazo de 180 dias, período em que apresentará a própria defesa e deve permanecer no Palácio da Alvorada. Ao final do período, a presidenta será julgada novamente pelos senadores em sessão que terá como mediador o presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Ricardo Lewandowski.