22/07/2013
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Guimarães: "A base trincou há algum tempo por falta de discus
Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, o líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), admitiu que a base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff “trincou” há algum tempo e afirmou que as manifestações da Jornada de Junho, quando milhares de jovens foram às ruas, por melhorias nos serviços públicos e por mudanças no sistema político atual, “colocaram o partido em uma encruzilhada que vai muito além do racha da bancada”. “É um desgaste natural por acúmulo de problemas não discutidos. Essa crise mudou o sinal de amarelo para vermelho”, define.
“É uma rediscussão da base na ideia do projeto, de uma profunda identidade com o programa que está sendo executado pelo presidente Lula e, agora, pela presidente Dilma. Quando há divergência, tem de haver espaço político para tratar. O que não pode é isso derivar para ataques ou disputar com o governo. Defendo nitidez política. Prefiro uma base menor, mas que tenha mais identidade programática”, disse ao Estadão.
Na opinião dele, PT e PMDB precisam se manter unidos, pois seriam o núcleo do governo federal, e “não podem guerrear entre si”. “Acho que o presidencialismo de coalizão precisa ser repensado para o bem da democracia. A preliminar é ter aliança programática. Temos uma base muito ampla e eu defendo que a gente possa aprimorar, até para não ter conflito. Quem é independente, que fique independente. Agora, quem é base, é base. E, para isso, não precisa de toma lá, dá cá”, criticou.
Confira a íntegra da entrevista:
O senhor tem falado em repactuação da base. O que é isso?
É uma rediscussão da base na ideia do projeto, de uma profunda identidade com o programa que está sendo executado pelo presidente Lula e, agora, pela presidente Dilma. Quando há divergência, tem de haver espaço político para tratar. O que não pode é isso derivar para ataques ou disputar com o governo. Defendo nitidez política. Prefiro uma base menor, mas que tenha mais identidade programática. Não estou excluindo ninguém. A espinha dorsal da aliança é PT e PMDB. Esses não podem guerrear e temos que recompor.
Está convencido de não ser possível manter coesão com uma base deste tamanho?
Acho que o presidencialismo de coalizão precisa ser repensado para o bem da democracia. A preliminar é ter aliança programática. Temos uma base muito ampla e eu defendo que a gente possa aprimorar, até para não ter conflito. Quem é independente, que fique independente. Agora, quem é base, é base. E, para isso, não precisa de toma lá, dá cá. Temos um projeto. Estamos com a Dilma para a reeleição. A centralidade da aliança para 2014 tem de ser costurada com um núcleo de PT e PMDB
O governo mudou o ministério para atender o PDT e PR, mas nem sempre tem o apoio deles...
Está errado. Temos de sentar e discutir o que cada ministério está executando, ver o grau de identidade. E, na discussão, se não deu, adeus, não precisa morrer. Quem ficar, ficou.
Aliados estão se aproveitando desse momento de dificuldades?
A base trincou por um processo de desgaste que vem há um tempo. Não acho que seja por esse momento (pós-protestos). É um desgaste natural por acúmulo de problemas não discutidos. Essa crise mudou o sinal de amarelo para vermelho.