08/06/2013

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Enfrentamento das desigualdades passa pela interiorização do Ensin

O líder do PT na Câmada, deputado José Guimarães (CE), participou na tarde desta sexta-feira (07) de uma audiência pública para tratar da expansão e interiorização do Ensino Superior público em Quixeramobim, no Sertão Central cearense. Na opinião do líder, a instalação de um curso de Medicina no município, principal reivindicação da sociedade civil presente, seria "viável", haja vista a disponibilidade num futuro próximo do Hospital Regional do Sertão Central para realização da residência média.

Guimarães orientou para que prefeitos, secretários municipais, vereadores e deputados votados no Sertão Central entregassem ao ministro Aloísio Mercadante um abaixo-assinado contendo o pedido. A audiência pública teve a presença do deputado federal Mauro Benevides, do secretário Mauro Benevides e do presidente da Câmara Municipal, Everardo André de Sousa Júnior. Os vereadores Rômulo Filho e Paulo Teixeira também participaram do evento.

Atualmente, a cidade de Quixeramobim dispõe de 1.840 alunos matriculados em cursos técnicos, de graduação e pós-graduação, sendo a grande maioria ligada a cursos de licenciatura, acompanhados logo em seguida pelo forte crescimento de estudantes nas áreas técnico-administrativas. "Sonho com o dia em que um agricultor de Quixeramobim possa ter um filho formado em Medicina em nossa cidade e, aí, poderemos nos orgular muito de termos iniciado este debate", destacou Teixeira.

NÚMERO DE MÉDICOS

O Estado do Ceará é o sétimo com pior proporção entre médicos por habitantes de todo território brasileiro, ficando a frente apenas de Maranhão, Amapá, Pará, Piauí, Acre e Rondônia. São 1,08 médicos para cada 100 mil habitantes, contra a média nacional de 1, 80 por mil habitantes, número que ainda está muito abaixo do que busca o Ministério da Saúde, que é 2,7 médicos para cada mil habitantes.

A estatística se torna ainda mais preocupante longe dos grandes centros urbanos, como é o caso de Quixeramobim. O município dispõe apenas de 0,67 médico para cada mil habitantes, número abaixo do que recomenda a Organização Mundial de Saúde (1 médico/mil hab).

O baixo índice de médicos por habitante pode ocasionar lotação nas unidades de atendimento básico de sáude e a migração de médicos para o interior frequentemente é acompanhada de reclamações sobre o compromisso social dos profissionais médicos com a população.

DISPUTA

"Não tem como enfrentarmos as desigualdades regionais se não interiorizarmos o ensino superior neste País. Nem todos filhos de agricultores tem o mesmo destino que tive; eu que estudei em Senador Pompeu e de lá fui morar em Fortaleza, onde cursei Direito na UFC", lembra Guimarães, que admite uma possível disputa entre municípios do Sertão Central para receber o curso.

"O momento é de Quixeramobim, até mesmo pelos equipamentos de saúde pública que temos aqui. E, aí, poderemos oferecer outros cursos distribuídos pela região, como acontece hoje no Cariri."