28/01/2011

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Guimarães tem projeto de lei que proíbe sacolas plásticas

Elas são incômodas, causam enormes prejuízos no período de intensificação das chuvas e contribuem com 9,7% do lixo produzido pelo país. Mesmo assim, ninguém vai se importar se oferecerem a você, e "de graça", a chance de embalarem uma mercadoria, por menor que seja, numa "sacolinha de plástico". Afinal, negá-la, pode parecer até "estranho".

Hábito de muitos brasileiros, e longe de serem extintas, o banimento das "sacolinhas" já foi tema de um projeto de lei do deputado federal José Guimarães (PT). O Projeto de Lei 1.877/07, primeiro ano do mandato na Câmara dos Deputados do parlamentar, foi apresentado em agosto daquele mesmo ano ao Plenário da Câmara - mas ainda não colocado em votação.

A consequência de não haver regulamentação do uso e da oferta deste produto é bem simples. Quem usa sacola plástica, hábito muito comum dos brasileiros, que ganhou, inclusive, o nome de "plasticomania", está contribuindo com a degradação do meio ambiente. Não apenas porque ainda não se sabe quanto tempo as "sacolinhas" precisam para serem completamente degradas pelo meio ambiente, mas, também, porque atrapalham a degração de outros materiais biodegradáveis.

Segundo estudo divulgado pela Globonews, são produzidas 210 mil toneladas anuais de "plástico filme", uma espécie de resina chamada de polietileno de baixa densidade (PEBD), o que já representa quase 10% de todo o lixo do país. O produto é constituído por cadeias moleculares inquebráveis, e é impossível definir, com precisão. quanto tempo levarão para desaparecer do meio ambiente.

Apenas para tomar o exemplo do que acontece nos oceanos, uma pesquisa divulgada pelo portal Ambiente Brasil estima que existem 18 mil sacolas plásticas por quilômetro quadrado.

Além da poluição, estima-se que esta quantia pode causar a morte de milhares de mamíferos aquáticos, peixes e tartarugas marinhas por ano, seja por asfixia ou bloqueamento do intestino. O motivo é que estes animas confundem as sacolas plásticas com animais que lhes servem de alimento, como lulas e águas-vivas.

Mundo

Na Alemanha, a "plasticomania" abriu espaço para a "sacolamania", onde cada cliente leva a sua própria sacola a cada estabelecimento. Na Irlanda, o consumidor que quiser receber uma terá que pagar nove centavos de libras irlandesas para ter embalado o produto, medida que combate a proliferação do protudo.

E, em São Francisco, a alternativa foi outra: fabricar sacolas a partir de um produto biodegradável, feito a partir da fibra do milho, o que estimula a agricultura local e cria uma nova demanda na economia. Medida parecida com a que foi tomada pela rede de supermercados CO-OP, que passou a distribuir sacos plásticos 100% biodegradáveis.

Saiba mais

O politileno é um composto fabricado industrialmente a partir do eteno, de onde retira o próprio nome. A sua primeira fabricação foi realizada acidentalmente pelo químico alemão Hans Von Pechman, em 1898, quando aquecia outro produto químico, o diazometano.

O composto evolui após a "invenção acidental" e, em 27 de março de 1933, os ingleses Reginald Gibson e Eric Fawcett fabricaram tal como o conhecemos hoje. Em 1963, o italiano Giulio Natta e o alemão Karl Ziegler ganharam o Nobel de Química, por descobrirem um método de frabricação do produto sob pressão atmosférica.

O produto que é atóxico, flexível, leve, inerte a todo conteúdo, impermeável e possui baixo custo de fabricação. É usado em frascos plásticos, tubulação de telefonia, água e gás, além, claro, da "sacolinha plástica" que todos conhecemos.