22/11/2010
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Guimarães destaca importância da obra de Rachel de Queiroz para o N
O centenário da escritora cearense Rachel de Queiroz foi homenageado, na última sexta-feira (19), em sessão solene na Câmara dos Deputados. O autor da proposta, deputado José Guimarães (PT-CE), destacou, em seu discurso, o papel da obra da escritora como fundamental para a “percepção do Brasil sobre si mesmo e a formação de uma identidade nacional mais ampla e verdadeira”.
Para o coordenador da bancada cearense no Congresso Nacional, “Rachel de Queiroz foi a escritora que revelou ao Brasil de forma escancarada o sofrimento do sertanejo diante das privações causadas pela seca”. O parlamentar afirmou que o Nordeste era uma região abandonada pelo poder central e que grande parte do Brasil não conhecia o drama dos sertanejos, entregues à própria sorte durante as secas. “A obra de Rachel de Queiroz acabou com a desfaçatez”, afirmou.
Guimarães destacou ainda o pioneirismo de Rachel, como “a primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras, primeira mulher a conquistar o prêmio Camões, a primeira mulher a apresentar de forma reveladora as mazelas do sertanejo durante os períodos de estiagem”.
O petista ressaltou que a realidade atual do Nordeste já é bem diferente daquela descrita por Rachel em suas obras, ambientadas nas primeiras décadas do século XX. “O Nordeste descrito com tanto brilhantismo e sensibilidade por Rachel de Queiroz está ficando para trás, pela determinação e sensibilidade social de outro grande nordestino, Luiz Inácio Lula da Silva”, disse.
O 1º vice-presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS) afirmou que a obra da escritora cearense contribui para a compreensão do país e de sua gente. "Ao celebrar o centenário de Rachel de Queiróz, a Presidência da Câmara dos Deputados exalta os méritos singulares, a personalidade, o talento e a obra extraordinária da mulher e da escritora que participou intensamente da vida literária, cultural e política do país durante os últimos dois terços do século XX, perpetuando-se na memória nacional também, em especial, pelo exemplo de dignidade e pelo papel que permanentemente exerceu como defensora intransigente da independência individual e da liberdade, valores de importância vital para a democracia, para o Legislativo e para a sociedade brasileira", disse Marco Maia.
Rachel de Queiroz escreveu sete romances, duas peças teatrais, e cerca de duas mil crônicas. Antes de completar 20 anos, mal saindo da adolescência, Rachel surpreendeu primeiro os pais, depois o mercado editorial da época e a todo o Brasil, com o brilhantismo de seu livro “O Quinze”, inspirado nos eventos decorrentes da histórica seca do ano de 1915, que devastou o Nordeste. Faleceu no Rio de Janeiro, em 4 de novembro de 2003, mesmo ano em que foi inaugurado, em Quixadá, o Centro Cultural Rachel de Queiroz.