16/11/2010

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Centenário de Rachel de Queiroz será homenageado na Câmara d

A Câmara dos Deputados realiza, nesta sexta-feira (19), às 15 horas, sessão solene em homenagem ao centenário da escritora cearense Rachel de Queiroz. Autora de obras que marcaram a história da literatura brasileira, como O Quinze (baseada na seca que arrasou o Nordeste em 1915), foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Autor da proposta, o deputado José Guimarães (PT-CE) afirmou que se trata de “um singelo reconhecimento à grandeza desta valiosa cearense”.

“É extremamente conveniente, num momento em que comemoramos o crescimento social e econômico do Nordeste, a nova realidade e, principalmente, as novas perspectivas para o povo de uma região tão sofrida, lembrarmos de alguém que, de forma tão brilhante e marcante, descreveu as mazelas causadas pela miséria e abandono que se abatiam sobre os nordestinos em outras épocas”, defendeu o coordenador da bancada cearense no Congresso.

Saiba mais sobre Rachel de Queiroz
Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, em 17 de novembro de 1910. Em 1917, em razão da forte seca de 1915, sua família transferiu-se para o Rio de Janeiro. De volta ao Ceará, fixou-se em Quixadá, onde escreveu seu livro de estréia, “O Quinze”. Escrito antes dos 20 anos da autora, e publicado em 1930, a obra baseou-se nos acontecimentos do ano 15 do século XX, quando o nordeste viveu uma avassaladora seca. Filha de fazendeiros do sertão, ela assistiu, ainda criança, à marcha dramática de retirantes depauperados, famintos, mendigando comida.

Na sequência, lançou "João Miguel", em 1932, e "Caminho de Pedras", em 1937. Com a decretação do Estado Novo, seus livros são queimados, em Salvador, juntamente com os de Jorge Amado, José Lins do Rego e Graciliano Ramos, sob a acusação de subversivos.

Em 1939, muda-se para o Rio de Janeiro, onde publica seu quarto romance, "As Três Marias". Passa a trabalhar como jornalista, romancista, tradutora, cronista e teatróloga. Em 1957, Rachel recebe, da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra.

Convidada pelo presidente Jânio Quadros a ocupar o cargo de ministra da Educação, recusa. Como justificativa, teria dito: "Sou apenas jornalista e gostaria de continuar sendo apenas jornalista."

Rachel de Queiroz estreou na literatura infanto-juvenil em 1969, com "O Menino Mágico". No ano de 1975, publica um de seus mais consagrados romances, "Dôra, Doralina".

Dois anos depois, Rachel torna-se a primeira mulher a ser eleita para a Academia Brasileira de Letras. Ocupa a cadeira número 5, ocupada também por Oswaldo Cruz.

Em 1992, é lançado o romance "Memorial de Maria Moura", exibido no ano seguinte na Rede Globo, em forma de minissérie.

Em colaboração com a irmã, Maria Luiza, publica seu livro de memórias, com o título "Tantos anos", e a obra "Não me Deixes — Suas histórias e sua cozinha".

Rachel faleceu no Rio de Janeiro, em 4 de novembro de 2003, mesmo ano em que foi inaugurado, em Quixadá, o Centro Cultural Rachel de Queiroz.