20/04/2010
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Cariri abriga 45% das fábricas de calçados do Ceará
Do Ceará para o Rio Grande do Sul. Uma comitiva de 40 empresários cearenses do setor calçadista do Cariri viajou rumo à cidade gaúcha de Novo Hamburgo para conhecer as últimas tendências a serem aplicadas à coleção Primavera/Verão 2011. A missão participa da 34ª edição da Feira Internacional de Couros Químicos, Componentes e Acessórios, Equipamentos e Máquinas para Calçados e Curtumes (Fimec), que acontece de hoje a sexta-feira. Por lá, o grupo também deverá fazer contatos comerciais, além de ficar por dentro das novidades tecnológicas e das inovações.
As 250 micros e pequenas indústrias que integram o polo calçadista de Juazeiro, Crato, Barbalha e cidades vizinhas respondem por cerca de 45% das fábricas de calçados do Estado. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados e Vestuário de Juazeiro e Região (Sindindústria), Antônio Mendonça, hoje, o setor emprega aproximadamente 14 mil pessoas da região.
Porta para o desenvolvimento
Para o deputado José Guimarães (PT-CE), o setor calçadista é hoje a principal porta para o desenvolvimento do Cariri. Segundo o parlamentar, Juazeiro do Norte é o terceiro pólo calçadista do País. “O setor calçadista tem sido o principal motor para atividade econômica de juazeiro. Além de impactar diretamente na geração de empregos, o setor dinamiza a economia local”, afirmou.
Para estimular ainda mais o desenvolvimento do setor na região, o parlamentar acredita que os investimentos em infra-estrutura logística, são indispensáveis. “Precisamos investir cada vez mais nos grandes projetos estruturantes para a região do Cariri. Dentre estes, a ampliação do aeroporto de Juazeiro é estratégica”, disse Guimarães.
Exportações
As vendas de calçados do Ceará para o exterior somaram US$ 82,4 milhões no acumulado dos meses de janeiro e fevereiro de 2010 (incremento de 30,7% frente ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foi contabilizado um faturamento de US$ 63,03 milhões). No entanto, um dos desafios ainda é ampliar o valor do produto embarcado ao exterior, que hoje é de apenas US$ 5,00.
Quanto ao perfil das indústrias locais, 95% são MPEs, uma verdadeira herança dos "sapateiros" de Juazeiro do Norte.
NO CRATO
Grendene projeta gerar mais 3 mil empregos
Segundo o presidente do Sindindústria, Antônio Mendonça, a Grendene - uma das maiores fabricantes mundiais de calçados sintéticos e também uma das empresas que mais arrecada impostos no Ceará - deverá demandar mais mão-de-obra na região do Cariri, com a abertura de mais postos de trabalho, no município do Crato.
"O polo do Cariri é bastante assediado por empresas do Brasil inteiro. E a Grendene já sinalizou uma nova fábrica na cidade do Crato, que ainda neste ano deve gerar 3 mil empregos", revelou Mendonça.
Entre os anos de 2001 e 2007, a Grendene obteve um crescimento médio de 14% no seu faturamento bruto, registrando recorde no lucro acumulado dos 9 meses de 2008 (jan/set), atingindo a marca de R$ 162 milhões (1,7% a mais em comparação com igual período de 2007 - R$ 159,2 milhões).
Em Fortaleza, a empresa possui duas fábricas de calçados e componentes de PVC, instaladas em 1990. Três anos depois, construiu em Sobral a sua matriz e maior planta, que absorve 87% da produção total. Mais tarde, em 1997, foi implantada mais uma fábrica de calçados e componentes de EVA em Crato.
"O Ceará está mais perto dos mercados externos que temos interesse. Além disso, o clima é favorável, já que o PVC é suscetível a mudanças pela umidade (inserir mais informações sobre os negócios da empresa na região)", afirmou o diretor de Relações com Investidores da empresa, Francisco Schmitt, em entrevista ao Diário do Nordeste, há um ano, na edição de 18/05/2009. (LB)
Fonte: Diário do Nordeste