07/04/2010

Imprimir notícia

Compartilhe esta postagem:


Estudo aponta fim da pobreza no Ceará até 2042

A pobreza no Ceará pode ser extinta no decorrer de 32 anos, em 2042. Deixariam a faixa da pobreza mais de quatro milhões de cearenses & cerca de 48% da população. É o que revela um estudo desenvolvido pelo Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP), da Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Ceará (Caen/UFC), divulgado ontem.

Para eliminar a pobreza, o crescimento médio na renda familiar per capita deveria continuar em 1,58% ao ano, como ocorreu de 1995 a 2007. Se for considerada só a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), a simulação mostra que seriam necessários mais de 100 anos para extinguir a pobreza, pois o crescimento médio foi de 0,19% ao ano.

No caso da zona urbana, seriam 97 anos, em função do crescimento de 0,64%, e em 14 anos para a zona rural, que obteve um crescimento de 5% nesse período, revela a pesquisa. A linha da pobreza foi considerada como pessoas remuneradas com metade de um salário mínimo de 2008 - R$ 205, conforme Flávio Ataliba Barreto, coordenador executivo do LEP.

Ataliba explica que é necessário, de fato, a zona rural crescer mais, já que as dificuldade para eliminar a pobreza são maiores. ``No campo, demora mais porque tem mais pobres e porque a renda média desses pobres é bem mais baixa. Então, fica mais distante da linha da pobreza``, explica. Mais de 70% dos pobres cearenses vivem na zona rural, conforme o levantamento do LEP.

Ataliba afirma ser possível extinguir o que se chama de pobreza no Ceará, mas diz não ser possível prever o que vai realmente acontecer, já que é obscuro o que deve acontecer nos planos políticos e econômicos nos próximos anos.

O documento, publicado em forma de boletim, ressalta que, embora o Estado tivesse se apresentado como o terceiro mais pobre da Federação em 2008 & a frente de Alagoas e Maranhão -, houve melhoras. Em 1990, o Ceará tinha quase 70% da população na linha da pobreza.

Distribuição
O cenário apresentado pelo estudo é apenas de um efeito do crescimento da renda. Mas outros fatores influenciam na redução da pobreza, entre eles a distribuição da renda.

``Por mais forte que seja o crescimento, as pessoas mais pobres tem menos acesso a esses rendimentos. A médio e longo prazo tem que ocorrer a melhoria da educação e saúde pública. Para prazos impactos imediatos, é a transferência de renda``, diz Ataliba. Para ele, o acesso ao crédito para os mais pobres e o treinamento dessas pessoas para o mercado de trabalho é mais transformador. ``Darão velocidade a queda da desigualdade``, diz.

PARÂMETROS

> PLANO REAL. O documento aponta que, desde o Plano Real, o Brasil vem apresentando ``melhoria significativa`` nos indicadores sociais, principalmente na queda da desigualdade, além da ``redução expressiva`` na proporção de pobres da população.

> FECOP. Próximo boletim já está sendo preparado e vai tratar sobre os impactos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop) na pobreza do Ceará;

> RENDA. A renda é calculada dividindo-se a renda de todas as fontes que uma família pode adquirir pelo número de componentes de uma família. A base monetária é de setembro de 2008.

>RENDA REAL. Renda real é o valor da renda nominal descontada pela inflação do período. Na pesquisa, foi considerado o INPC como inflação.

>LINHA DA POBREZA. O mesmo fator de correção da renda real, o INPC, também foi usado para a correção monetária da linha da pobreza ao londo do tempo.

FONTE: Laboratório de Estudos da Pobreza (LAP)