09/02/2010
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MPEs do Ceará crescem acima da média do País
A crise econômica parece não ter abalado a intenção do cearense em empreender. Ao contrário do que se poderia imaginar, a conjuntura de recuperação notada em 2009 estimulou a abertura do próprio negócio. É o que indica a pesquisa divulgada pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). De acordo com o levantamento, no ano passado, foram abertas 19.334 novas empresas no Estado, um crescimento de 9% com relação a igual período de 2008, superando o desempenho nacional, cuja alta foi de 5%.
Luz na crise
O presidente da Federação Cearense de Associações de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Fecempe), Jesus Peres, corrobora o argumento de que a crise tenha tido importância fundamental nessa expansão. "Com a crise econômica, muitas das grandes empresas dispensaram funcionários. Esse pessoal, munido do dinheiro da rescisão do contrato, começou a abrir seu próprio negócio, e isso ainda está acontecendo. A expectativa é de que esse número cresça ainda mais", afirma.
Formalização
Se for somada ainda a quantidade de formalizações através do Portal do Empreendedor Individual, que no Ceará foi de 1.381 de julho a dezembro de 2009 [número referente aos empreendedores que fizeram inscrição no portal e entregaram a documentação na Junta Comercial], o número de novos negócios chega a 20.175.
6ª abertura de empresas
Mas o resultado cearense, apesar de otimista, foi apenas o sexto colocado entre os estados do Nordeste.
Nesta região, o melhor desempenho foi apresentado pelo Maranhão, cujo incremento no número de novas empresas foi de 28,9%.
Em seguida, vêm Paraíba (23,6%); Piauí (20,7%); Pernambuco (14,3%) e Bahia (12,8%). O menor crescimento foi registrado no Rio Grande do Norte, de apenas 1,1%.
Nordeste avança
O conjunto de números positivos apresentados pelo Nordeste alavancou a região para a primeira colocação nacional em quantidade de empresas abertas em 2009. Sua meta de 13,2% de crescimento, saindo dos 100.399 de 2008 e atingindo 113.679 no ano seguinte, superou o Centro-Oeste (4%); o Sudeste (3,9%), o Sul (-1%) e o Norte (-1,6%).
No País, foram iniciados 629.857 novos negócios em 2009. No ano anterior, foram 594.440 empresas. O DNRC estima que em 2010 haverá novo crescimento desses números, devido às medidas de incentivo para a saída das empresas da informalidade, como a segunda geração do Portal do Empreendedor, lançada ontem.
Falências x capacitação
Por outro lado, no mês de janeiro deste ano, as micros e pequenas empresas foram as que mais solicitaram falência no País, segundo pesquisa do Serasa Experian. No primeiro mês do ano, dos 132 pedidos, 90 foram realizados pelas MPEs, 68% do total. É a maior proporção desde novembro de 2008.
Apesar do dado preocupante, para o presidente da Fecempe, a capacitação dos novos empreendedores tem ajudado a reduzir a quantidade de falências. "O risco de falências já foi maior no passado. A tendência é de que caia cada vez mais, porque as pessoas estão se preparando para abrir as empresas. Elas não começam mais um empreendimentos de qualquer jeito. Estão se preparando mais, e depois de aberto, elas estão fazendo reciclagem", diz.
Artigo
Comprar ou montar?
Emerson Castello Branco Simenes - Consultor
Se você ainda está analisando alternativas e não decidiu em qual ramo de atividade entrará, então, pode considerar a compra de negócios que estejam à venda. Caso queira entrar em um ramo específico, provavelmente, você terá que montar seu próprio negócio. No caso da compra de algo já pronto, a grande vantagem é que o negócio já tem uma clientela e você não precisará se preocupar em construir o ponto. Assim, as despesas com publicidade diminuem e também haverá uma "garantia" de rendimento, possibilitando retiradas já no primeiro mês de trabalho. Independentemente do valor de aquisição do negócio, é importante que tenha uma reserva financeira de, pelo menos, 50% do seu valor de compra.
Caso opte por montar um negócio, deverá considerar vários fatores importantes. Primeiro, qual vai ser o ramo do negócio. Em seguida, o local onde irá montá-lo. Como o ponto ainda não existe, você irá criá-lo. Assim, espera-se que ao alugar a casa, loja ou galpão, provavelmente você terá despesas com reformas. Deverá procurar saber se no local onde será montado seu ponto é permitida a instalação de comércio ou indústria. Se ainda não conhece o ramo, é aconselhável que antes de começar, estude muito para não ter surpresas desagradáveis num futuro muito próximo. Mesmo que você conheça o ramo do negócio, é importante que conheça a vizinhança do local. Mapeie a região. Caminhe por um raio de 500 metros a partir da sua loja para saber onde estão, quantos são e quais são os seus principais concorrentes. O mesmo serve para você saber onde estão os seus clientes em potencial. Caso o mercado esteja saturado nessa região, aborte a instalação do negócio. Não entre no mercado para ser mais um. Caso o faça, saiba que sua vida não será fácil. A questão financeira também é importante na criação de um ponto comercial. Não inicie um negócio sem ter, no mínimo, o dobro do capital necessário para a abertura. O começo é sempre difícil. Os primeiros meses requerem injeção de capital para sobrevivência do negócio. Nesse período, as despesas são maiores que as receitas, por isso, você irá trabalhar sem fazer retiradas, pelo contrário, só fará aportes. Daí a importância de se ter uma boa reserva financeira para pagar suas contas pessoais. Então, se você está empregado e pretende largar o emprego e passar a ser seu próprio patrão, estude bem o negócio em que irá trabalhar. De preferência, só largue o emprego quando o negócio estiver funcionando e com lucro. Assim, não correrá riscos desnecessários.
Fonte: Diário do Nordeste