16/12/2009
Compartilhe esta postagem:
Siderúrgica do Ceará começa a virar realidade
Após décadas de tentativas, foi assinada, na manhã desta quarta-feira, a ordem de serviço para implantação da Companhia Siderúrgica Pecém (CSP), na Região Metropolitana de Fortaleza. Considerado o maior projeto siderúrgico em curso no Brasil, estima-se que a CSP gere um impacto de proporções históricas no perfil econômico do Estado. De acordo com o Ipece, a siderúrgica vai gerar um acréscimo ao PIB estadual na ordem de R$ 9,3 bilhões.
O coordenador da bancada cearense no Congresso Nacional, deputado José Guimarães (PT), comentou, na Câmara Federal, o início das obras. "Essa é a maior realização no nosso Estado nos últimos 100 anos. O impacto que isso representará, no PIB, na geração de empregos, na renda... é algo sem precedentes", afirmou, ressantando a determinação do presidente Lula em implementar e incentivar grandes projetos estruturantes no Nordeste.
A imprensa local traz, nesta quarta, matérias que relatam a grandiosidade do investimento e o caráter histórico dessa conquista para a sociedade cearense.
Leia abaixo a íntegra da matéria do jornal Diário do Nordeste.
SONHO DE DÉCADAS
Siderúrgica dá pontapé para se tornar realidade
Quando concluir sua primeira etapa, a Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP) terá capacidade de produzir três milhões de toneladas de aço por ano. Seu investimento total será de R$ 7,6 bilhões
Depois de muitas idas e vindas, mudança do projeto, entrada e saída de investidores, a Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP) terá hoje a sua ordem de serviço assinada. A solenidade, que acontecerá no futuro canteiro, a partir das 10h, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), marca o início de um projeto estruturante acalentado pelo povo cearense desde o início da década de 60, com o governo Virgílio Távora, que buscou na industrialização a principal alternativa para o desenvolvimento do Ceará.
Quando se tornar realidade, em sua primeira etapa, a CSP terá capacidade de produzir três milhões de toneladas de aço por ano. Quantidade que dá para fazer mais de quatro milhões de carros - o dobro da produção brasileira anual. Seu investimento total, de R$ 7,6 bilhões, equivale à construção de 300 mil casas, ou seja, uma cidade 10 vezes maior do que São Gonçalo do Amarante, município onde ficará localizada a planta industrial.
Considerado o maior projeto siderúrgico em curso no País, estima-se que a CSP gere um forte impacto no perfil econômico do Estado. De acordo com informações do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), o Produto Interno Bruto (PIB) cearense deverá ter um incremento de R$ 9,3 bilhões, a partir da expansão do empreendimento.
Ainda em sua primeira fase de construção, a CSP vai gerar 15 mil empregos diretos, além de oito mil indiretos. São vagas que dariam para absorver mais da metade da população de São Gonçalo do Amarante. Depois de pronta, a planta - que tem como sócios a coreana DongKuk e a brasileira Vale - contará com quatro mil colaboradores, gerando também 10 mil postos de trabalho indiretos.
Um dos entraves, porém, é a mão de obra qualificada. Mas os executivos da Companhia garantem que dá para formar esse contingente durante os quatro anos de execução da obra. Para suprir esta lacuna, o Governo cearense iniciou em novembro último o processo de licitação para construção Centro de Treinamento Técnico Corporativo(CTTC). Previsto ficar entre os município de Caucaia e São Gonçalo, o centro de treinamento tem o custo estimado de R$ 27,5 milhões, sendo R$ 15,5 milhões destinado às obras e R$ 12 milhões em equipamentos.
O Centro terá a capacidade para 16 mil pessoas. Com cursos voltados para a construção civil, eletromecânica e petroquímica, o CTTC deve começar a funcionar em 2010. A preocupação imediata é de atender o setor de siderurgia, que vai demandar pessoal tanto na implantação como para o desenvolvimento da produção necessitando de pessoas qualificadas.
Entra e sai governo
Os números dão a dimensão da envergadura do projeto, que é um compromisso pessoal do presidente Lula, tornado público na campanha de reeleição. Ante as idas e vindas da Petrobras - que participaria do empreendimento como fornecedora do gás natural, primeira matriz energética cogitada - o Governo do Estado assegurou do líder da Nação, que é nordestino, a instalação do empreendimento, hoje à cargo da DongKuk e da Vale.
Apesar de já ter sido alardeada no governo Tasso Jereissati, a siderúrgica teve impulso maior na gestão Ciro Gomes, em 1992, quando o Estado tentou iniciar os contatos e planejar um local para o investimento. No início, pensou-se no Mucuripe e até em Sobral, para viabilizar o empreendimento. Ficou nisto.
Já Lúcio Alcântara chegou a anunciar a usina siderúrgica Ceara Steel, em 2005. Apesar da festa do lançamento e do anúncio da parceira com a iniciativa privada, tendo como sócios a DongKuk, a Petrobras e a italiana Danieli, a única coisa que restou foi o grande terreno vazio, onde chegaram a ser iniciados alguns estudos.
DE OLHO NOS PREÇOS
Importação de aço pode ser facilitada, diz Mdic
Brasília O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, ameaçou, ontem, solicitar à Câmara de Comércio Exterior (Camex) a redução do imposto de importação do aço, caso as siderurgias nacionais reajustem os preços do produto no próximo ano. Para Miguel Jorge, no momento, não há justificativas para tal elevação.
"O governo está acompanhando os movimentos do preço do aço e, se verificarmos que há aumento que não se justifica, há possibilidade de pedirmos à Camex que volte a reduzir as alíquotas", disse o ministro.
Atualmente, a taxação varia de 8% a 14%. Segundo a Associação dos Fabricantes de Eletrônicos(Eletros), diversas empresas têm recebido cartas de siderúrgicas informando reajustes nos preços de 7% a 10% a partir de janeiro.
Miguel Jorge revelou que recentemente representantes das siderúrgicas lhe apresentaram notas fiscais e prometeram que não haveria reajuste.
No entanto, os empresários disseram que poderiam sim reduzir os descontos praticados. "É um eufemismo", disse o ministro Miguel Jorge.
Na semana passada, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter afirmou, durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que a indústria siderúrgica brasileira precisa conseguir aumentar as exportações por ter uma capacidade instalada 117% superior à demanda interna, mas encontra barreiras logísticas e tributárias para competir no mercado internacional.
MEIO AMBIENTE
R$ 2,5 bilhões para controlar impactos
A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), cuja ordem de serviço para início das obras de terraplanagem será assinada hoje, está investindo aproximadamente R$ 2,5 bilhões em equipamentos para monitoramento e controle de possíveis impactos ambientais. A aquisição destes itens - que servirão para acompanhar as emissões atmosféricas, o lançamento de efluentes e gerenciamento de resíduos - equivale a cerca de 32% do valor total do projeto da CSP, orçado em R$ 7,6 bilhões.
Conforme informações contidas no Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do empreendimento, foram realizadas reuniões com moradores, líderes comunitários, empresários e gestores municipais de São Gonçalo do Amarante e de Caucaia para apresentação do projeto e de seus riscos. Foram feitos encontros com as comunidades de Paul, Madeiro, Bolso, Chaves, parada, Caraúbas e Pecém.
O efluente doméstico da CSP será tratado pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) desde a fase de obras, porque cabe ao Governo do Estado conduzir de forma integrada todos os projetos em implantação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). A Cagece também ficará responsável pelo serviço de esgotamento sanitário e tratamento do efluente industrial da usina siderúrgica. As obras de saneamento, que também atenderão à termelétrica Energia Pecém, estão orçadas em R$ 20 milhões, com início previsto para 2010.
Quanto ao consumo de água, a Secretaria dos Recurso Hídricos (SRH) emitiu a outorga do direito de uso da água à CSP, da ordem de 47,304 milhões de m³ por ano, com vazão de 1.500 litros por segundo, durante 10 anos. O recurso será fornecido por meio do canal Sítios Novos-Pecém. Para evitar contaminação, o solo será impermeabilizado nas unidades de armazenamento de matéria prima; e canaletas recolherão os efluentes gerados pela aspersão de água nas pilhas, para serem utilizados na recirculação.
O Rima aponta, ainda, que entre 95% e 97% dos resíduos gerados pela CSP serão reciclados, reaproveitados ou vendidos. Apenas de 3% a 5% terão como destino ao Aterro Sanitário Metropolitano Oeste de Caucaia, localizado na BR-020, a cerca de 20 km do entroncamento da CE-422 com BR-222.
A CSP preservará cerca de 200 hectares da mata local, por meio de um Plano de Desmatamento Racional (PDR) para orientar os cortes. Depois de entrar em operação, a usina contará com a arborização.
GARANTIA HÍDRICA
Cid ordenará serviço para o trecho 5 do Eixão das Águas
Empreendimento considerado fundamental para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), trecho 5 do Eixão das Águas (que garantirá o abastecimento hídrico) também terá a ordem de serviço assinada hoje pelo governador Cid Gomes. A obra representa um investimento superior a R$ 247 milhões e o prazo para a conclusão dos serviços é de 15 meses.
O novo trecho a ser construído vai interligar o sistema de reservatórios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) com o Complexo Portuário. A solenidade de assinatura da ordem de serviço acontece às 10h, durante o início das obras de Terraplanagem da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).
O trecho compreende 56,7 quilômetros que parte do açude Gavião até o reservatório de água bruta no CIPP, localizado no Canal Sítio Novos-Pecém. Serão três trechos de tubulações por quatro estações de bombeamento, com uma vazão final do sistema adutor de 9 metros cúbicos por segundo, dos quais 5 metros cúbicos por segundo se destinam a futura Estação de Tratamento de Água (ETA) Oeste da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) que irá abastecer Caucaia e parte oeste de Fortaleza.
Os trechos II e III foram inaugurados no último mês de março, na ocasião em que foram autorizadas as obras para o trecho IV. O Trecho 2 situa-se entre o Açude Curral Velho e Serra do Félix, medindo 46,2 km e investimentos de R$ 264,1 milhões. O Trecho 3, entre Serra do Félix e Açude Pacajus, na cidade do mesmo nome, mede 66,3 km e estão concluídos investimentos em torno de R$ 393,4 milhões. O Pacajus faz parte dos quatro reservatórios que compõem o sistema de suprimento de água da RMF - Pacajus, Riachão, Pacoti e Gavião, além do apoio do açude Aracoiaba que é mais uma alternativa de suprimento d´água de Fortaleza. Até 2010 estarão concluídos os dois últimos trechos (4 e 5), o primeiro já em obras, aumentando para 255 km todo o seu comprimento de água canalizada, até chegar ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
Produção
Aço em placas
A CSP produzirá aço em forma de placas, utilizando minério de ferro como matéria-prima. Resultado da parceria entre a empresa coreana DongKuk e a brasileira vale, será a primeira usina siderúrgica integrada do Nordeste Brasileiro. As placas de aço semi-acabadas, sairão da siderírgica no formato retangular, com espessura de 200 a 250 mm, largura de 0,8 a 2,1 metros e comprimento de 7 a 12 metros.
Trata-se de uma usina movida a carvão mineral (coque) que, segundo os investidores, utiliza tecnologia atualizada e sofisticada, inclusive sob o ponto de vista ambiental. A matéria prima, assim como o carvão, serão trazidos pelo porto do Pecém.
O sistema adotado na CSP permite a geração de energia elétrica excedente - cerca de 200 MW quando a usina estiver com produção plena - para fornecimento à rede nacional integrada. Outros 300 MW serão utilizados no próprio empreendimento
Estruturante
Projeto histórico
A gestação de grandes projetos estruturantes do Ceará foi feita no primeiro governo Virgílio Távora (1962 a 1966) quando, de forma pioneira no Nordeste, foi elaborado um plano de gestão, que previa a instalação de
refinaria e siderúrgica, como empreendimentos base para dois grandes polos industriais no Estado: um petroquímico e outro metal-mecânico. Eram os respingos da política desenvolvimentista do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1960) no Ceará.
SAMIRA DE CASTRO
REPÓRTER
Leia também a matéria do jornal O Povo sobre o assunto:
Mais um passo para a siderúrgica
Depois de quase 50 anos de tentativas, será assinada hoje a ordem de serviço para a siderúrgica do Ceará. O anúncio da usina já foi feito outras vezes, mas os indicativos apontam que agora é (finalmente) para valer.
Henriette de Salvi
Depois de tantos anúncios de que a siderúrgica cearense sairia do papel, renovam-se as esperanças de que hoje isso ocorra realmente. Desde os anos 60 fala-se da importância do empreendimento, que terá sua ordem de serviço assinada nesta quarta-feira com a presença dos executivos das sócias Dongkuk (sul-coreana) e da brasileira Vale, além do governador Cid Gomes. O presidente Luis Inácio Lula da Silva não estará presente ao evento, apesar de que a data foi marcada justamente para tentar conciliar com a agenda do presidente. Lula está em Copenhague, na Dinamarca.
Para o presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceara (Adece), Antônio Balhmann, agora a siderúrgica é uma certeza. ``Agora mudaram muito o cenário e os atores``, justifica. Ele explica que, entre os países emergentes, o Brasil é um dos mais atrasados na produção de aço. ``A China tem 430 milhões de toneladas e nós produzimos apenas 40 milhões. É uma estratégia do próprio presidente Lula que é preciso agregar valor ao minério de ferro que produzimos``, diz.
Balhmann afirma ainda que, diferente de outras épocas, o Estado está apto a promover a contrapartida necessária para receber os investimentos. ``Tivemos um investimento de US$ 1 milhão de ampliação do píer no porto do Pecém, de onde serão exportadas as placas de aço. A infraestrutura para logística também é importante e isso o governo já está fazendo``, conta. ``Estamos com a engenharia financeira, técnica e comercial completamente concluída``, completa.
De acordo com o presidente da Adece, a única pendência neste momento é a licença ambiental de instalação da siderúrgica concedida pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). Segundo a assessoria de comunicação do órgão, as avaliações estão entro do prazo e em janeiro a licença deve ser liberada.
Dongkuk
Um dos principais argumentos do Governo do Estado para justificar que desta vez a siderurgia emplaca de verdade é o interesse estratégico da sócia sul-coreana Dongkuk na planta cearense. ``A siderúrgica é estratégica porque a Dongkuk é só uma laminadora, não produz placa. É uma verticalização (uma expansão) da empresa, mas que não será na Coréia e sim no Ceará``, diz. ``A Dongkuk sozinha consome as três milhões de placas que vamos produzir inicialmente``, lembra.
Mesmo com as sócias já certas ainda se aguarda a participação de outras grandes indústrias internacionais. A própria japonesa JFE Steel que, durante a crise, retirou o interesse no projeto, agora poderia voltar, e a metalúrgica Posco, quarto maior grupo do setor no mundo, também apresentou interesse na siderúrgica cearense. ``Com a implantação da laminadora o Ceará se tornaria o quarto maior produtor de chapas grossas do Brasil``, assegura Balhmann.
ACOMPANHE O DESENROLAR DAS NEGOCIAÇÕES
> 1982
Governo do Estado assina acordo com o Sistema a Siderbrás, que congregava as siderurgias no País.
> 1996
Apesar de um novo protocolo de intenções, agora com a Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN), cai a chance de o Ceará receber a siderúrgica naquele ano.
> 17 de outubro de 2005
O Governo consegue atrair o interesse de novos investidores e assina um contrato com a Petrobras para garantir o fornecimento de gás a preços
mais baixos.
> 15 de novembro de 2006
O POVO mostra que a Petrobras havia rompido o contrato em agosto, acabando com a garantia de que o gás natural seria oferecido com os preços acertados anteriormente.
> 5 de janeiro de 2007
Investidores afirmam que se a Petrobras não tomar uma posição definitiva até o dia 28/2, irão sair do negócio e do Brasil de vez.
> 31 de janeiro de 2007
O presidente Lula reafirma no Recife (PE) e em Crateús (CE) que a siderúrgica no Pecém seria implantada no Ceará.
> 1º de março de 2007
Reunião tensa com a participação de investidores, Petrobras, Ministério das Minas e Energias, Governo do Estado e parlamentares cearenses não chega a acordo e investidores ameaçam desistir do investimento.
> 2 de março de 2007
Nova reunião para reapresentar os cálculos dos benefícios oferecidos à Petrobras, como incentivo, financiamento e transferência de tanques da Lubnor do Mucuripe para o Pecém. Estatal e governo acertam a visita de técnicos da Petrobras ao Pecém para ver in loco os investimentos feitos para beneficiar a petrolífera.
> 12 de março de 2007
Técnicos da Petrobras visitam o Complexo do Pecém e aprovam os investimentos feitos pelo Governo do Estado. A estatal admite reduzir o preço do gás.
> 2 de julho de 2007
A Petrobras aceita fornecer o gás natural para a siderúrgica Ceara Steel a US$ 5 por milhão de BTU, mas ainda faltava definir o índice de correção do preço do gás. Não foi assinado novo contrato, mas sim uma atualização do que foi assinado pela última vez em 17 de outubro de 2005 e depois em agosto de 2006.
> 8 de agosto de 2007
O Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) anuncia a abertura de inquérito na Polícia Federal contra o projeto da usina siderúrgica do Ceará (Ceara Steel). A entidade alegava ser contrária aos moldes atuais do projeto que previa ``uso
de gás subsidiado``. A medida, foi mais uma queda de braço na luta travada pela siderurgia nacional contra o projeto.
> 6 de agosto de 2007
O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência da Secretaria de Direito Econômico arquiva o processo protocolado pelo Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) contra a Ceará Steel.
> 1º de setembro de 2007
O presidente Lula garante que a decisão política em torno do empreendimento já estava tomada em função de um compromisso com o governador Cid Gomes. ``A siderúrgica sai``, afirmou Lula.
> 20 de setembro de 2007
O presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico
(Cede), Ivan Bezerra, afirma que até janeiro de 2008 começa a construção e, em 2010, será inaugurada uma usina siderúrgica no Ceará a gás (natural), ou a carvão (mineral), ou as duas.
> 6 de outubro de 2007
Começam os rumores de que a italiana Danieli poderia ficar de fora da Ceará Steel no caso de a matriz energética da siderúrgica mudar para carvão mineral. Em seu lugar, um grupo chinês entraria no consórcio - que reúne a coreana Dongkuk e a Vale. Quem também sairia de cena, caso a alternativa a carvão se concretize, seria a Petrobras, cuja participação no projeto era o fornecimento de gás natural.
> 9 de outubro de 2007
A italiana Danieli nega ter intenção de deixar a sociedade da usina.
> 20 de novembro de 2007
O novo projeto da usina é anunciado pelo presidente Lula tendo como nova unidade tem como matriz energética o carvão mineral e será bem maior do que a planta original. Um novo consórcio (até então sem nome)
substitui a Ceara Steel e é formado apenas pela coreana Dongkuk e pela Vale.
> 24 de novembro de 2007
Petrobras reconhece que deve ao Ceará cerca de R$ 308 milhões por causa de negociação para o fornecimento de gás para a siderúrgica Ceara Steel. A dívida é referente a investimentos e incentivos fiscais realizados pelo Governo em benefício da empresa.
29 de novembro de 2007
O Governo do Ceará se reúne pela primeira vez com a formatação técnica da Companhia Siderúrgica do Pecém, usina que utilizará carvão mineral como matriz energética e que substituiu a Ceara Steel, projeto com gás natural.
1º de março de 2008
O presidente da Agência do Desenvolvimento do Ceará, Antônio Balhmann, afirma que a siderúrgica do Pecém é um processo irreversível. Ele afirma que as duas empresas já assinaram memorando de entendimento e que existe um protocolo de intenções com o Governo do Estado.
9 de abril de 2008
É anunciado que mais uma empresa pode entrar no consórcio de construção da usina, a produtora de aço japonesa JFE Steel Corporation.
8 de maio de 2008
O projeto da usina é aprovado sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A previsão era que a siderúrgica começasse a ser construída no início de 2009 e entrasse em funcionamento no primeiro semestre de 2011.
> 3 de junho de 2008
Começa a implantação do Terminal de Múltiplo Uso no Pecém para deixar a ``casa arrumada`` para a movimentação da siderúrgica.
> 23 de janeiro de 2009
Depois de o Governo do Estado afirmar que a siderúrgica estava garantida para o Ceará, foi a vez de executivos da Vale, que estiveram em Fortaleza, assegurarem oficialmente a implantação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).
> 8 de abril de 2009
O Protocolo de Instalação da CSP é marcado para ser assinado no dia 14/5. Representantes do Governo do Estado e das empresas participantes do consórcio afirmam que as obras serão iniciadas em janeiro de 2010
e que a unidade vai entrar em operação em 2013.
> 20 de junho de 2009
Após a assinatura do Memorando de Entendimento para a instalação da CSP, Vale e Dongkuk, negociam a nova composição societária.
> 13 de agosto de 2009
O memorando de entendimento para a construção da CSP assinado desde junho - segue para ser homologado na Assembleia Legislativa.
> 21 de novembro de 2009
É anunciado que executivos da Dongkuk virão ao Ceará, juntamente com o presidente Lula e membros da Vale, para assinatura da ordem de serviço que dará início às obras da CSP.
Hoje, 16 de dezembro de 2009
Dia marcado para assinatura da ordem de serviço dos inícios das obras da CSP, mas sem a presença do presidente Lula.
O EMPREENDIMENTO
A CSP
Faturamento aproximado: US$ 1,2 bilhão
Situação atual: previsão do início da terraplanagem em janeiro com duração de 12 meses
Área: Mil hectares previstos (já desapropriados)
Custo da terraplanagem: R$80 milhões
Cronograma: operações previstas para 2013 com orçamento de R$7,6 bilhões
Previsão de produção: 3 milhões de placas anuais e duplicação da quantidade em 2015
Empregos: 15 diretos na fase de implantação e quatro mil em funcionamento
Expectativa para o Estado: expansão do PIB do Ceará em 12%; expansão da economia industrial cearense em 48%; geração de mais quatro a cinco fábricas de grande porte
O que falta: licença de instalação da usina, a ser expedida pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) com previsão para janeiro
Matérias veiculadas nos jornais Diário do Nordeste e O Povo