10/11/2009
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Redução da jornada: Guimarães pede mobilizaçã
O deputado José Guimarães, coordenador da bancada cearense no Congresso Nacional, voltou a defender, de forma veemente, a aprovação da PEC 231/95, que determina a redução da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas. Em um debate com parlamentares, representantes do setor empresarial e do movimento sindical, o petista afirmou que os empresários têm de “fazer um gesto”. “O setor privado tem de abrir mão de parte dos seus lucros. Só querem os incentivos, a parte boa? Tem de fazer sua parte também”, defendeu.
O deputado lembrou que a indústria brasileira continua crescendo e alguns setores até apresentam volume recorde de negócios. Para ele, isso é resultado de ações do Governo Federal, como a redução ou isenção de impostos. “O governo ajudou muito, abriu mão de arrecadação para garantir o aquecimento da economia”, disse.
Guimarães alertou para a importância da mobilização dos trabalhadores: “o Brasil vive um grande momento. Se não tratarmos dessa questão agora, os trabalhadores vão ficar para trás”.
Além de reduzir a jornada de trabalho, a PEC aumenta de 50% para 75 % o valor a ser acrescido na remuneração das horas extras. “Temos de fazer como está na PEC, reduzir a jornada sem reduzir o salário”, defendeu, ressalvando que falava como militante, não como coordenador, já que não questão fechada na bancada a respeito do tema.
Empregos
José Guimarães refutou a tese defendida pelo presidente do sistema Fecomércio, Luís Gastão Bittencourt, de que a redução de jornada levaria a uma redução do número de empregos. “Não é verdade. Não há nenhum dado que indique isso”, contestou o parlamentar, afirmando que o nível de desemprego no Brasil “é um dos menores do mundo e a expectativa para o próximo ano é gerar cerca de 2 milhões de empregos formais”.
O petista, vice-líder do partido na Câmara, fez questão de destacar que não será fácil a aprovação da PEC no Congresso. “É uma matéria que gera uma grande disputa política. Quando for posta em votação, causará um grande alvoroço”, disse. Ainda assim, ele se mantém otimista. “Há mercado e há espaço para tratarmos politicamente. O governo topa discutir a matéria e a bancada do PT não abre mão”, afirmou.