14/10/2009
Compartilhe esta postagem:
Agricultores denunciam abandono dos perímetros irrigados no Nordeste
Representantes da Federação de Apoio às Organizações de Produtores dos Perímetros Públicos de Irrigação do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca) estiveram nesta quarta-feira em Brasília para denunciar o que chamam de abandono dos perímetros irrigados da região Nordeste.
A principal reclamação é a falta de recursos para manutenção e assistência técnica às áreas de responsabilidade do órgão. Os produtores apontam a atual direção do Dnocs como responsável pelos problemas. Afirmam ainda que, apesar de inúmeras tentativas, não conseguem ter um canal de diálogo com a instituição.
Procurado pelos trabalhadores, o coordenador da bancada do Ceará no Congresso, deputado José Guimarães (PT-CE), ouviu os relatos e comprometeu-se em articular uma oportunidade para que as questões sejam apresentadas a toda a bancada, em busca de uma ação coletiva.
Os números apresentados pela comitiva são reveladores. De acordo com o coordenador do Conselho de Perímetros do Baixo Acaraú, Marcos Rogério Coelho, enquanto a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) alocou, na proposta orçamentária para 2010, um recurso de R$ 70 milhões para manutenção, operação e assistência técnica de 25 perímetros irrigados, o Dnocs prpõe um montante de R$ 1 milhão para atender a 38 perímetros irrigados. “É um descaso e estamos contanto com o apoio da bancada do Ceará para reverter isso, até porque a maior parte das cerca de 20 mil famílias afetadas estão no Ceará”, afirmou Coelho.
Segundo o dirigente, a falta de recursos configura uma legalidade. “A assistência técnica é obrigatória, mas infelizmente o Dnocs não tem comprido a lei. E Sem assistência técnica não temos como produzir”, reclamou. Segundo Coelho, o órgão dispõe de 40 mil hectares de terras paradas devido à má gestão.
José Guimarães adiantou que irá conversar com o relator da proposta orçamentária de 2010, deputado Geraldo Magela (PT-DF), na tentativa de aumentar o volume de repasses federais para o custeio dos perímetros irrigados. “Vamos levar essa situação ao conhecimento da bancada e ao conhecimento do relator do orçamento. O Ceará é o principal atendido pelos perímetros irrigados. Mas sem recursos suficientes não há como produzir. Vamos reverter este quadro”, assegurou Guimarães.