21/08/2009

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Governo Federal vai construir mais nove UPAs até fim do ano no Cear&aacut

Até o fim do ano, seis municípios do Ceará devem contar com nove Unidades de Pronto-atendimento (UPAs) já em condições de receber a população. Isso porque o Ministério da Saúde (MS) autorizou a construção das unidades por meio de portarias publicadas no Diário Oficial da União na última quarta-feira, 19. Os cearenses de Crateús, Fortaleza, Itapipoca, Pentecoste, São Gonçalo do Amarante e Ubajara vão ser beneficiados com serviços de urgência e emergência capazes de atender as demandas de uma região com até 1,7 milhão de pessoas.

Os recursos fazem parte das iniciativas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para melhorar o atendimento hospitalar da população. Investimentos semelhantes também ocorrem em diversos estados brasileiros.

Quando chegam às unidades, os pacientes são avaliados. Eles podem ser liberados, permanecer em observação por 24 horas ou ser removidos para um hospital. "As UPAs são unidades com foco nos casos que podem ser atendidos na atenção secundária. Ou seja, elas podem ajudar a evitar que os casos de média complexidade continuem contribuindo para a superlotação das unidades da atenção terciária, como o Instituto José Frota (IJF)", diz João Ananias. A avaliação é confirmada pela Secretaria de Atenção à Saúde do MS. Conforme ela, a proposta é reduzir as filas de espera nos hospitais e oferecer um atendimento qualificado.

Das quatro UPAs que vêm para Fortaleza, duas são do tipo II e outras duas, do tipo III. A UPA do tipo II oferece assistência a até 300 pessoas diariamente. Devem receber também esse tipo de unidade os municípios de Itapipoca e São Gonçalo do Amarante. Já a unidade do tipo III tem capacidade de receber até 450 pessoas por dia. Crateús, Pentecoste e Ubajara recebem, cada um, uma UPA do tipo I, com estrutura de até oito leitos e capacidade para atender até 150 pacientes diariamente.

Independentemente do tipo, todas devem contar com pediatras e clínicos gerais plantonistas, que variam de dois a seis em quantidade. "Nada impede que uma gestante possa ser examinada pelo clínico, que tem plenas condições de identificar se há risco de parto prematuro ou abortamento, por exemplo, e encaminhá-la à unidade adequada para tratar da questão", afirma o Secretário, como uma possível contribuição das unidades.

O número mínimo de leitos de observação nas unidades pode variar de cinco a 20, conforme a classificação por tipo. O investimento federal nas nove UPAs é de R$ 17,4 milhões. Diante da notícia de que o governo federal deve autorizar recursos para a construção de mais unidades no Estado em 2009, João Ananias adianta que, até 2010, o Ceará deve receber 22 novas UPAs.



O contingenciamento de médicos pediatras e neonatologistas não é uma realidade somente do Ceará. A Sociedade Cearense de Pediatria (Socep) aponta que trata-se um problema que acontece em todo o País. "Na verdade, de fato, o que há é uma reduzida quantidade desses profissionais, principalmente nas grandes capitais", aponta a presidente da Socep, Regina Lúcia Portela Diniz.

Conforme ela, estão habilitados a trabalhar em unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal pediatras com residência (especialização) em neonatologia e também médicos de terapia intensiva neonatal. São profissionais, conforme Regina Portela, que trabalham quase que exclusivamente em regime de plantão, o que demanda uma grande sobrecarga de trabalho.

Esses profissionais, conforme são contratados a partir de concurso público ou por meio de cooperativas. Na Cooperativa de Pediatria do Ceará, diz, existem quase 500 pediatras cooperados, dos quais cerca de 50% são neonatologistas. "É um número reduzido", aponta.

Atenta a esse problema, a Socep e a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) criaram e executaram estratégias para suprir a demanda de neonatologistas no Interior do Estado. "Diante disso, nós realizamos cursos para habilitar o profissional de pediatria para ter condições de se aperfeiçoar para assumir os leitos de UTI no Interior.

Para Regina, a crise na saúde é evidenciada pela falta de leitos de UTI no Estado, mas existem vários fatores. "A tecnologia avançada de hoje, que permite que crianças que nascem prematuramente, com peso de 600 a 800 gramas, consigam sobreviver, traz uma nova situação de muitos bebês de risco internados nas unidades neonatais".
 
Fonte: Diário do Nordeste