10/07/2009
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Guimarães: Nordeste é nova fronteira de oportunidades para o cresc
O deputado José Guimarães (PT-CE) afirmou, em pronunciamento realizado nesta quinta-feira (9), que o conjunto de ações estratégicas inserido no Projeto Nordeste, que vai desde o aumento da oferta de crédito para pequenos empresários à criação de um polo regional de ciência e tecnologia baseado “no empreendedorismo e na inventividade popular”, poderá “mudar essa realidade histórica que mantém há séculos na marginalidade um enorme contingente de brasileiros”.
Entre as ações previstas, o parlamentar, que coordena a bancada cearense no Congresso, destacou onze pontos: a criação de programas para assegurar grandes projetos industriais, a implantação efetiva das Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs), a ampliação do acesso à agricultura irrigada, o estímulo a um novo modelo de ensino médio – com valorização da educação técnica –, a realização de obras que permitam a integração física da região e, por último, mas igualmente importante, o fortalecimento da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene, que, recriada, deve ter a função de coordenar as ações que constituem o projeto.
Embora destaque a importância do Projeto Nordeste, Guimarães ressaltou que várias ações do governo Lula já estão de acordo com as diretrizes do projeto: “tanto na construção de infra-estrutura para respaldar o desenvolvimento econômico, quanto na execução dos programas de transferência de renda e de concessão de microcrédito rural e urbano”.
Para demonstrar a eficácia do trabalho do governo, o petista citou números de uam recente pesquisa do Etene/BNB, segundo a qual, os R$ 23 bilhões investidos no Bolsa Família entre 2003 e 2008 tiveram impacto de R$ 17 bilhões de arrecadação de tributos. Além disso, propiciaram um aumento de R$ 8,9 bilhões em salários pagos a 1,8 milhão de pessoas que foram empregadas em decorrência da circulação desses recursos no consumo de bens e serviços de 6 milhões de nordestinos até então à margem do mercado.
Também são expressivos os números do Pronaf. De acordo com a mesma pesquisa, o Programa Nacional da Agricultura Familiar, que teve aplicações, no período 2003-2008, de mais de R$ 8 bilhões, resultou em uma contribuição de R$ 3,6 bilhões em tributos, R$ 3,4 bilhões em pagamentos de salários e R$ 13,8 bilhões em aumento da produção.
Guimarães lembrou a “recuperação” do Banco do Nordeste, “um dos principais instrumentos de ação do Governo Federal”. Enquanto no ano de 2002 o BNB aplicou apenas R$ 1,2 bilhão, “um pífio tal desempenho”, as aplicações passaram a ser, 2008, 11 vezes maior, atingindo R$ 13,2 bilhões. “Atualmente, a instituição é responsável por mais de dois terços dos financiamentos de médio e longo prazos na região, em especial para o setor rural”, informou Guimarães.
Segundo Guimarães, o Nordeste é um grande mercado consumidor, cuja taxa de crescimento é superior à média nacional. “No Nordeste foi onde se observou, nos últimos anos, a maior migração de pessoas da classe “D” para a classe “C”, em perfeita sintonia com uma das principais diretrizes do governo Lula e o caminho natural de um país continental como o Brasil, que é a expansão do mercado interno”.
O deputado defendeu ainda o Nordeste como “principal ‘janela’ das relações do Brasil com o norte da América do Sul, a América do Norte, a Europa e a África”, devido a sua posição geográfica e uma situação de saturação dos principais portos brasileiros no centro-sul e no sul do país”.
No entanto, de acordo com Guimarães, esse potencial nordestino, para ser efetivado, depende de um conjunto de investimentos estruturantes no âmbito do PAC, em que se destaca a ferrovia Transnordestina. Para o petista, o potencial do Nordeste se estende a outras “complementaridades produtivas de largo alcance”, como no caso dos grandes pólos em instalação: complexos petroquímicos de Camaçari, construção naval e a Refinaria Abreu Lima em Suape, Pernambuco; Cloroquímico, em Alagoas; gás e sal no Rio Grande do Norte; refinaria e a siderúrgica em Pecém, no Ceará; fosfato e urânio em Itataia, também no Ceará; e o siderúrgico, no Maranhão.
“O Nordeste não é mais o coitadinho, mas uma fronteira de possibilidades para o desenvolvimento do Brasil. Não se pode, pois, pensar um projeto para o Brasil sem levar em conta o papel que nele tem a desempenhar o Nordeste, nem tampouco pensar a região deixando de lado o seu principal espaço, que é o semi-árido”, defendeu o parlamentar.
Assessoria de Comunicação Social
Foto: Rodolfo Stuckert/Agência Câmara