10/08/2020
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[ARTIGO] 100 mil mortos: Bolsonaro e o holocausto brasileiro
Nem o maior dos pessimistas poderia imaginar a tragédia atualmente instalada no Brasil. Chegamos à terrível marca de 100 mil mortos por Covid-19 em nosso país. O dado é mais que vergonhoso, é a contestação de que Jair Bolsonaro é o pior presidente da história brasileira.
Não faltam indícios que comprovam a participação direta do presidente na instalação do caos sanitário que dizima a população dia a dia. Nós poderíamos ter evitado essa tragédia, mas faltou liderança de quem subiu ao poder se vangloriando do espírito militar.
Começou com o presidente negacionista afirmando que tudo não passava de uma “gripezinha”, minimizando as milhares de mortes que aconteciam mundo afora e fazendo pouco das vidas ceifadas no Brasil.
Não demorou para a escalada de contágio aumentar, mas, ao ser questionado sobre as mortes que já começavam a se avolumar em abril, o presidente chegou a soltar um insosso “e daí”, lavando as mãos sobre a responsabilidade que tem em cuidar da saúde dos milhões de brasileiros.
Daí pra frente, foi ladeira abaixo. Dois ministros com perfis técnicos foram substituídos por um interino militar que, até hoje, ocupa um lugar que deveria ser de um especialista. A verdade é que Eduardo Pazuello tem coadunado com os crimes de Bolsonaro, inclusive quando tentou maquiar os números de mortes diárias para evitar críticas da imprensa.
São muitos os crimes de responsabilidade de Bolsonaro. Desde o início da pandemia, o presidente tem usado suas aparições para defender o indefensável e para dar péssimos exemplos. Já perdemos as contas de quantas vezes ele apareceu em público, causou aglomerações e evitou usar a máscara.
Como de praxe, desrespeitou a Constituição ao divulgar e comparecer nos atos que pediam intervenção militar e o fechamento do Congresso e do STF. Comprou briga com governadores e vem negando como pode a necessidade do distanciamento social, conduta cientificamente comprovada como fundamental para não estourar ainda mais a curva de contágio.
Enquanto isso, a população padece. O Brasil já concentra 77% das mortes mundiais de gestantes e puérperas. Nosso esforço parlamentar em garantir proteção aos indígenas e quilombolas foi minguado pelos vetos do presidente ao projeto que garantia assistência médica aos povos originários. Nem quem está na linha de frente no combate ao vírus é respeitado. Cruelmente, Bolsonaro vetou a indenização aos profissionais incapacitados pela Covid-19.
Bolsonaro esteve muito mais preocupado em interferir nas ações da Polícia Federal e nas investidas do STF sobre sua família e seus apoiadores. Bastou Queiroz ser preso para o presidente calar-se. Acabou-se o patético espetáculo diário do cercadinho em frente ao Alvorada.
Mesmo calado, o plano genocida continua a todo vapor. Bolsonaro permanece compactuando com a rede de fake news estruturada ainda em 2018, que conta com a participação de um de seus assessores e mais um grupo de secretários parlamentares de deputados bolsonaristas, todos pagos com dinheiro público.
O destempero é tanto que o presidente segue defendendo a cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19. O genocida quer empurrar a droga goela abaixo justamente quando o Brasil possui um estoque suficiente para 18 anos do medicamento. Só não fala sobre o montante de R$ 1,5 milhão investido da produção do medicamento sem funcionalidade. Não à toa, o governo federal amarga o penúltimo lugar do ranking de transparência de gastos durante a pandemia.
A improbidade administrativa já é marca desse governo. Gasta com o que é supérfluo, mas segura o dinheiro que deveria ser usado. Bolsonaro aplicou menos da metade do que aprovamos no Congresso para combater a pandemia. Dos mais de R$ 500 bilhões aprovados, investiu apenas R$ 216 bilhões.
Ainda assim, Bolsonaro tem a cara de pau de dizer que fez o que pôde. Mentira! Se dependesse dele, informais ganhariam apenas R$ 200 de auxílio emergencial. Foi graças a nós, da oposição, que esse valor chegou a R$ 600 e evitou que os brasileiros morressem de fome.
Não houve esforço do governo para segurar empregos e garantir empréstimos para os pequenos e médios empresários. 716 mil negócios já fecharam as portas. 40% dos brasileiros já perderam parte ou toda a renda durante a pandemia, enquanto que o patrimônio dos super-ricos subiu 17% e chegou ao patamar de R$ 250 bilhões!
Chega! A ausência de uma coordenação nacional de controle à pandemia está dizimando nossa população. Faltam ações práticas para diminuir o impacto das crises sanitária e econômica. Bolsonaro já mostrou que não serve de nada. Sua incompetência está ceifando vidas. Não podemos naturalizar esse holocausto brasileiro. Fora Bolsonaro! Impeachment já!