13/07/2017

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Em defesa de Lula e do Estado de direito

Sem nenhuma prova, apenas com convicções, o juiz Sérgio Moro condenou, nesta quarta-feira,a maior liderança política desse país, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no caso já folclórico do tríplex do

Guarujá. Ao longo de todo esse processo, que se arrasta desde setembro do ano passado, com a apresentação da denúncia por meio do fatídico power point, a "Justiça" de Curitiba não encontrou nenhum fato concreto contra o ex-presidente. Nada. Ele foi condenado apenas com base em delações e crenças de juízes e procuradores, com o único objetivo de não poder ser candidato em 2018.

Ao contrário do que exige o sistema de Justiça em um Estado de direito, foi a defesa de Lula que produziu todas as provas que o inocentam. Comprovaram, não com convicções, mas com documentos, que a OAS não poderia ter doado o apartamento no edifício Solaris, no Guarujá, a Lula por um motivo muito simples – a empreiteira cedeu os direitos de todos os imóveis do edifício Solaris, no Guarujá, como garantia a um fundo da Caixa Econômica Federal em 2010. A acusação diz que o tríplex foi dado a Lula em 2009.

O ex-presidente Lula poderia até "ganhar" o tríplex, desde que a dívida junto à Caixa fosse paga. O que nunca aconteceu. Como se não bastassem tantos fatos, há outro ainda mais contundente – o apartamento nunca deixou de ser propriedade da empreiteira. Claro que alguém pode ocultar patrimônio por meio do uso de "laranjas", por exemplo. Mas quem seria esse laranja no caso de Lula, se a transferência de posse nunca ocorreu?

Em mais um malabarismo intelectual, já que provas não há, procuradores e juízes da república de Curitiba afirmam que o ex-presidente Lula foi o "grande chefe" do esquema de desvio da Petrobras entre 2004 e 2014. Muito bem. Peritos da Polícia Federal concluíram, no final de 2015, que esse "propinoduto" movimentou R$ 42,8 bilhões. Lula foi condenado nesse processo por supostamente receber R$ 3,7 milhões em vantagens indevidas. O grande mentor do esquema teria recebido muito menos que todos os demais envolvidos. Parece deboche com a inteligência do povo brasileiro.

Como já disse, o que querem mesmo é retirar o melhor presidente que esse país já teve da disputa eleitoral que se avizinha. Eles sabem que, com Lula no páreo, fica muito mais difícil retornar ao poder por meio do voto. As pesquisas colocam o ex-presidente na frente de todos os demais concorrentes, em todos os cenários, e o PT é o único partido que cresce na preferência do eleitorado.

Mas, apesar de tudo a que temos assistido desde o golpe que retirou a presidenta legítima do poder, não podemos perder a fé nas nossas instituições democráticas. Tenho certeza que, assim como aconteceu com João Vaccari Neto, o tribunal de segunda instância irá sanar a injustiça praticada hoje e reconhecer a inocência de Lula. No caso de Vaccari, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, mesmo que assume o processo do ex-presidente, concluiu que não se pode condenar alguém simplesmente com base em delações.

Também precisamos deixar claro que não vamos aceitar pacificamente mais esse golpe contra a democracia que seria deixar Lula fora das próximas eleições. Precisamos ocupar as ruas e expressar nossa indignação, que estamos cansados de tanta arbitrariedade – nosso melhor presidente merece Justiça

Artigo | Portal Brasil 247