04/04/2006

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Pela unidade das oposições no Ceará, por um Brasil e um Ceará de todos

A eleição do presidente Lula, em 2002, deu-se num contexto de franco avanço das forças sociais e políticas referenciadas no ideário de esquerda na América Latina.<br /> <br /> Derrotadas nas eleições, as forças vinculadas ao projeto neoliberal acreditavam que voltariam rapidamente ao poder, apostando no fracasso político e administrativo do nosso governo.<br /> <br /> Subestimaram a nossa capacidade política e gerencial. Os resultados obtidos pelo governo do presidente Lula, quer seja na condução da economia, contornando a crise iminente, sem sobressaltos, conduzindo o país para a retomada do crescimento com estabilidade, mesmo que em marcos limitados no que concerne à transição de modelo, quer seja pela eficiência das políticas sociais de inclusão, com resultados efetivos na redução da miséria no país, demonstraram o êxito do governo e o equívoco da tática oposicionista.<br /> <br /> O inconteste sucesso do governo, com o presidente alcançando números confortáveis de popularidade, tornando-se um candidato praticamente imbatível nas eleições 2006, provocou a reação das forças de oposição que viam naufragar suas pretensões de retorno ao controle do Governo Federal. <br /> <br /> O ataque das forças conservadoras ganhou fôlego com as declarações do então deputado Roberto Jefferson que dá conta da existência de um sistema paralelo de financiamento de campanhas políticas, do qual participavam alguns integrantes do PT. <br /> <br /> Inobstante a necessidade do PT censurar tais práticas, sem prejuízo de um debate mais aprofundado sobre o modelo de financiamento das campanhas políticas no Brasil, a ser feito no contexto da discussão da reforma política, o fato é que condutas adotadas desde o governo do PSDB e do PFL, inclusive com os mesmos operadores, serviram de pano de fundo para um ataque sem precedentes ao PT, numa tentativa clara de criminalizar o partido, associando sua imagem a práticas criminosas, buscando-se até mesmo o cancelamento do seu registro no TSE, além da tentativa de impedimento do mandato do presidente Lula.<br /> <br /> Passado o impacto das denúncias, o PT e a sociedade brasileira foram capazes de distinguir o joio do trigo, identificando claramente o que era real e o que era virtual, fabricado exclusivamente visando a desestabilização de um governo democrático e popular.<br /> <br /> A opinião pública não se deixou levar pela forte campanha de ataque ao governo e ao PT, desencadeada por poderosos setores da mídia nacional.<br /> <br /> A capacidade do nosso partido de reagir à crise, retomar a iniciativa política, estabelecer um enfrentamento político e social com os setores conservadores foi decisiva para reafirmar o nosso projeto, recuperar a competitividade da candidatura de Lula à reeleição e nos colocar novamente em plenas condições de vencermos as eleições.<br /> <br /> Este cenário, portanto, apresenta características de uma forte polarização entre dois projetos distintos. De um lado o projeto neoliberal do PSDB e do PFL e do outro o projeto democrático e popular do PT e seus aliados.<br /> <br /> Nesta conjuntura, o PT deve ter como objetivos táticos centrais vencer as eleições presidenciais, impedindo que os neoliberais reconquistem o governo federal, e ampliar o espaço de poder das forças democráticas e populares, criando uma das condições necessárias para realizar a transição do modelo econômico e social.<br /> <br /> Em 2006, queremos mais do que reeleger Lula; queremos também criar as condições políticas, institucionais e sociais que nos permitam realizar um segundo mandato superior ao primeiro. <br /> <br /> Para alcançarmos tais objetivos, devemos construir uma política de alianças com as forças políticas e sociais que optem claramente por se opor ao projeto neoliberal ou liberal conservador preconizado pelo PSDB e PFL, personificado no candidato Geraldo Alckmin, e que acreditem na possibilidade do Brasil aprofundar e consolidar as mudanças promovidas pelo governo do presidente Lula.<br /> <br /> No Ceará, a sucessão estadual guarda estreita e peculiar vinculação com a disputa nacional, dado o papel exercido pelo senador Tasso Jereissati, atualmente na presidência nacional do PSDB. <br /> <br /> Da mesma forma, aqui, vivenciamos uma forte polarização entre governo e oposição, sendo que as forças que combatem o PSDB guardam ainda a afinidade de se comporem na base de sustentação ao governo Lula.<br /> <br /> <b>A unidade destas forças torna amplas e reais as possibilidades de vitória no Ceará.</b><br /> <br /> Esta unidade deve estar sedimentada em torno do apoio à reeleição do presidente Lula e de um programa democrático e popular capaz de dar respostas às questões que o tucanato não conseguiu tratar com o mínimo de compromisso e eficiência ao longo destes anos todos, como a democratização do Estado e a redução das desigualdades sociais, tendo, ainda, por base os seguintes princípios:<br /> <br /> <b>I – Planejamento, Participação Cidadã e Controle Social;</b><br /> <b>II – Desenvolvimento Sustentável;</b><br /> <b>III – Gestão Ética, Descentralizada, Democrática e Eficiente;</b><br /> <b>IV – Políticas Sociais e de Garantia de Direitos.</b><br /> <br /> Firmados os compromissos políticos e programáticos entre os aliados, afirmada a unidade tática vinculada ao nosso objetivo central de vencer as eleições presidenciais, impedindo que o projeto liberal conservador reconquiste o governo federal; e ampliar o espaço de poder das forças democráticas e populares, criando uma das condições necessárias para realizar a transição do modelo econômico e social, no Ceará, considerando a qualidade dos quadros postos à disposição do bloco de oposição pelos vários partidos que se dispõem a formá-lo, a indicação do candidato a governador não pode ser vista como condição ou impedimento para a viabilização do projeto.<br /> <br /> Entendo que o escolhido, que poderá ser do PT ou não, deverá ser aquele que reúna as melhores condições de convergência em torno do seu nome, capaz de unificar as oposições e conduzir o projeto à vitória nas eleições de 2006. <br /> <br /> A participação do PT, quer seja encabeçando a chapa ou não, jamais será subalterna, pois nossa presença tem o significado da representação do presidente Lula e das forças sociais e políticas que reforçam o caráter democrático e popular deste movimento de transformação do Ceará.<br /> <br /> Unir as oposições, por um Ceará e um Brasil de Todos, mais do que um desafio é uma missão para todos nós que compomos o Campo Democrático e popular no nosso Estado.