18/08/2005
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A verdade faz bem ao Brasil
Sou deputado federal pelo Rio Grande do Sul há dois anos e meio. Neste período, esforcei-me para representar com dedicação e transparência meus eleitores. Penso que tenho sido claro sobre o que penso a respeito de todos os assuntos que freqüentam a agenda política do Congresso Nacional. Essa é a minha forma de respeitar os votos que me foram conferidos e os cidadãos do meu Estado. Foi assim que me comportei como vice-presidente da CPI da Compra de Votos.<br /> <br /> Para manter o respeito com meus eleitores e com o povo gaúcho reconheci o erro que cometi ao buscar um contato com o depoente Marcos Valério para obter novas informações sobre a investigação em curso. Não importa o cansaço em que eu me encontrava após 14 horas de sessão; não interessa se eu entendi que o carro era um veículo de apoio do Senado. Ao entrar no automóvel em que estava o depoente, cometi um equívoco que quero assumir sem vacilo. Por isso, inclusive, renunciei, imediatamente, à condição de vice-presidente da CPI, não sem antes me desculpar com meus colegas parlamentares. <br /> <br /> <b>Sustento, porém, que o meu erro não pode ser equiparado a uma ação de má fé.</b><br /> <br /> Errei por excesso de vontade de chegar à verdade. Fui em busca de esclarecimentos que muitos querem deixar nas sombras. Entendo que não podemos condenar previamente as pessoas sem o direito do processo e da defesa, mas também não sou a favor que pessoas ou partidos sejam absolvidos de antemão, sem que se façam as investigações com a profundidade e com a amplitude necessárias para que possamos limpar de uma vez por todas a política brasileira. <br /> <br /> A lista que apresentei à Comissão não é apócrifa. Felizmente, a investigação vai continuar e se poderá provar isto e outras coisas mais. O senhor Marcos Valério continua escondendo fatos. Já sabemos que o esquema que ele montou funciona pelo menos desde 1998, quando da tentativa à reeleição do atual presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo, ao governo de Minas Gerais. Não é crível que o esquema tenha funcionado em 1998 e depois só recuperado em 2003, pelo ex-tesoureiro Delúbio, sem que tenha existido também em 2000 e 2002, quando ocorreram eleições em todo o território nacional.<br /> <br /> Esses fatos precisam ser apurados. Assim como os cidadãos do meu Estado e de todo o Brasil, quero que as investigações sejam feitas com toda a profundidade e que todos os envolvidos em procedimentos ilícitos sejam punidos com o rigor da Lei, sejam de que partidos forem.<br /> <br /> Não quero, como disseram alguns, tirar o foco do PT. Os políticos e dirigentes petistas que cometeram crimes não serão poupados. Eles envergonham o nosso partido e trairam a confiança que o povo brasileiro depositou no projeto que representamos. Mas assim como não quero livrar os petistas, não posso ser conivente com a tentativa de absolver antecipadamente, sem investigação, políticos e dirigentes de outros partidos, que tanto empenho demonstram para acusar o PT. <br /> <br /> Brasília, 15 de agosto de 2005