13/06/2016
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Governo interino ainda não disse para o que veio
Após completar um mês de governo, o governo interino de Michel Temer ainda não disse para o que veio. “Não há qualquer sinalização de retomada do crescimento, a inflação continua em alta, assim como o risco do desemprego. Aprofundou-se a crise na Lava Jato e não foi criada a estabilidade política”, listou o deputado federal José Guimarães.
No final de maio, a taxa de desemprego chegou a 11,2% e 11,85 milhões de brasileiros se encontram desocupados: a maior taxa da série histórica, segundo o IBGE. Nem mesmo a nomeação de Henrique Meireles para o ministério da Fazenda estancou o avanço da inflação, 0,78% no último mês, e a queda da Bolsa de Valores, que retraiu 3.819 pontos nos últimos 30 dias.
Para piorar, os primeiros 30 dias do governo de Michel Temer tiveram como marca a queda de três ministros, Romero Jucá, Fabiano Silveira e Fábio Medina Osório, envolvidos em denúncias de obstrução da operação Lava Jato. "É um governo deslegitimado. Seus ministros não podem ir a nenhum lugar sem serem vaiados", reforça Francisco Fonseca, professor de Ciência Política da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.
Políticas públicas – Mesmo sendo um governo provisório, conquistas históricas também estiveram na mira do governo Temer. O ministério do Desenvolvimento Agrário e as secretarias especiais da Igualdade Racial e de Políticas para Mulheres, por exemplo, foram pastas extintas, assim como perdeu a credibilidade a antiga Controladoria Geral da União (CGU), hoje Ministério da Transparência.
“Esse déficit de representação na cúpula do poder afeta toda a sociedade: parlamentos, locais de trabalho no setor público e privado, escolas, tribunais, na imprensa – todos lugares em que às vozes dos afrodescendentes são dados muito pouco peso", criticou o Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas, Zeid Hussein.
“A diferença fundamental entre a presidenta Dilma Rousseff e o provisório Temer é justamente a de que os governos de Lula e Dilma sempre tiveram um olhar para o social, enquanto os peemedebistas e seus novos aliados precisam agradar a FIESP, a Avenida Paulista, enquanto a periferia é marginalizada. É isso o que está em jogo”, denuncia Guimarães.