29/11/2011

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José Guimarães propõe criação da medalha D. H

É de autoria do deputado federal José Guimarães (PT/CE) o Projeto de Resolução No. 163/2009, que institui a Medalha D. Helder Câmara. A medalha é “destinada a agraciar personalidades ou instituições que hajam prestado relevantes serviços à defesa dos direitos humanos no Brasil” (art.1º). A escolha dos agraciados seria realizada pela Assembléia Geral da Conferência Nacional de Direitos Humanos (art. 3º).

Atualmente, o PRC do parlamentar foi apensado ao PRC 34/2003, de autoria do deputado Enio Bacci (PDT/RS) e está sujeito a apreciação do Plenário da Câmara. De acordo com o projeto, a medalha “será concedida a cada quatro anos a até três personalidades ou instituições, em Sessão Solene da Câmara dos Deputados no dia 28 de agosto” (art. 2º).

“D. Helder Câmara é uma das figuras mais importantes da história recente brasileira, cuja vida e obra destinou exclusivamente ao serviço, priorizando a luta contra as injustiças sociais e o autoritarismo de qualquer natureza”, justifica o parlamentar cearense. D. Helder Pessoa Câmara foi o único brasileiro indicado ao Prêmio Nobel da Paz por quatro vezes.

Entretanto, foi acusado por seus opositores de ser conivente com o marxismo, ideologia considerada, em geral, pela hierarquia católica, como sendo contrária aos princípios cristãos.

Prêmio

A proposta é de que medalha seja uma estrela de cinco pontas feita de ouro, com trinta e cinco milímetros diâmetro, tendo ao centro a efígie de D. Helder Câmara com a palavra “Paz” logo abaixo; e, no reverso, a seria escrito “Brasil”. “A premiação terá uma fita de gurgurão vermelha escura chamalotada com trinta e oito milímetros de comprimento por trinta e cinco milítetros de largura e será usada no peito esquerdo”, descreve o deputado José Guimarães no PRC.

“A passadeira será de ouro com a dimensão de treze milímetros de comprimento, por trinta e oito de largura, da qual pende a fita e a Medalha”, finaliza.

Biografia

Nascido em Fortaleza (CE) em 09 de fevereiro de 1909, Helder Pessoa Câmara manifestou desde cedo a vocação para o sacerdócio. Ingressou no Seminário Diocesano de Fortaleza em 1923, onde cursou o ginásio e concluiu os estudos e se ordenou em 15 de agosto de 1931, aos 22 anos, mediante autorização especial da Santa Sé, em virtude de não possuir, ainda, a idade mínima exigida.

Em 1959, D. Helder Câmara obteve a permissão do então subsecretário de estado do Vaticano, Monsenhor Giovanni Batista Montini, o futuro Papa Paulo VI, para a criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), onde foi secretário geral até 1964. Ainda na condição de subsecretário de estado do Vaticano, Monsenhor Montini apoiou D. Hélder para a criação do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), em 1955.

Prêmios

Durante a ditadura militar, não hesitou em denunciar as injustiças, tornando-se líder contra o autoritarismo e pró direitos humanos. A própria determinação resultou em perseguição pelos militares, que o acusavam de ser comunista. Após a decretação ao AI-5, ao chamado “Arcebispo Vermelho” foi negado o acesso aos meios de comunicação.

Em sua jornada, recebeu ao todo, 32 títulos de Doutor Honoris Causa por universidades brasileiras e estrangeiras, 28 títulos de Cidadão Honorário de cidades brasileiras e da cidade de São Nicolau, na Suíça e Rocamadour, na França, além de inúmeros prêmios internacionais.

O “Profeta da Paz”, como ficou conhecido, faleceu em faleceu em 27 de agosto de 1999.