01/10/2019

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Ataque contra Guimarães em voo é consolidação do nazifascismo

O ataque sofrido pelo deputado federal José Guimarães (PT/CE), na noite desta segunda-feira (30/09), é o retrato mais claro da consolidação do estado neonazista que se instaurou no Brasil desde que os ideais democráticos passaram a ser vilipendiados com o Golpe de 2016. 

O parlamentar, que saiu de Fortaleza em um voo com destino a Brasília, onde cumpre agenda na Câmara dos Deputados, foi cruelmente hostilizado por um homem que, sentado ao seu lado, descortinou sucessivas fake news sustentadas pela apologia ao ódio. Não obstante o triste espetáculo de cólera, o show de horrores foi filmado pelo próprio indivíduo, que não poupou mentiras com o objetivo de manchar a honrosa trajetória pública que fez de Guimarães o quarto deputado federal mais bem votado do Ceará nas eleições de 2018.

O ódio contra a política é a arma mais poderosa do neonazismo. Tal ideologia sustenta a necessidade de deslegitimar os representantes do povo. Para que isso tome forma, descortinam-se manifestações calcadas na ira. Defensores da democracia como Guimarães são deslegitimados e atacados em arenas públicas com o objetivo de abrir caminho para um estado autoritário, em que a política do ódio e a retirada de direitos são protagonistas de um momento histórico marcado pela perseguição aos que defendem a liberdade e a soberania do povo.

Foi assim na Alemanha nazista de Hitler, na Itália fascista do Mussolini, na ditadura militar brasileira e nas demais tiranias da América Latina na década de 60 até meados da década de 80, e, recentemente, nos levantes neonazistas na Ucrânia. 

A tirania ganha rosto no Brasil quando uma menina de 8 anos é assassinada por um Estado irresponsável, quando livros são censurados, quando indígenas são perseguidos, quando líderes do movimento sem terra são executados, quando mulheres morrem diariamente vitimadas pelo machismo. A tirania ganha forma, também, quando parlamentares são agredidos por suas posições políticas. Quando suas trajetórias ao lado do povo são desmerecidas e suplantadas por mentiras cujo alicerce é calcado na fragilidade de boatos sem a menor credibilidade. 

Para alcançar o Estado tirano, eles mentem sobre a honra de quem defende a democracia, usam pautas sensíveis para a sociedade como a corrupção, caluniam sem nenhum pudor. José Guimarães, a mais recente vítima desse conluio, junta-se a tantos outros brasileiros que, de cabeça erguida, permanecem firmes no amparo das bandeiras sociais. Ainda que sua honra tenha sido equivocadamente atacada e, sua imagem falsamente manipulada no ataque registrado em vídeo, Guimarães permanecerá combativo, mas sempre ao lado dos que realizam o bom combate. 

Surpreende que um dos primeiros a publicar o ataque seja o empresário Luciano Hang, suspeito de pagar disparos de fake news nas redes sociais para eleger Bolsonaro. Cabe destacar que o poder econômico, na história mundial, já foi usado para favorecer regimes tiranos. No Brasil, a ditadura militar não teria êxito sem o apoio de grandes empresários na época.

O caso do deputado José Guimarães precisa ser visto como o estopim. É necessário, mais do que nunca, barrar o neonazismo crescente antes que seja tarde. A política de ódio está levando o país ao caos político e econômico. Quem perde, mais uma vez, é o povo, subordinado a interesses dos poderosos. Caminhamos, assim, a passos largos para o fim da democracia e do estado democrático de direitos.