24/10/2017

Imprimir notícia

Compartilhe esta postagem:


Temer precisa mostrar que tem 342 votos, desafia Guimarães

Líderes da oposição na Câmara, encabeçados pelo líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmaram, em entrevista coletiva, que caberá ao presidente ilegítimo Michel Temer a responsabilidade pelo quórum na votação, em plenário, das denúncias de obstrução de justiça e organização criminosa que pesam sobre seu ombro. A votação está prevista para esta quarta-feira (25).

Em reunião com representantes de movimentos sociais, nesta terça-feira (24), os líderes também denunciaram o balcão de negócios montado pelo governo para barrar a denúncia. “A responsabilidade de dar quórum é do governo. É claro que, se o governo der quórum, nós vamos fazer a disputa política, na dimensão que precisa ser feita, porque o problema é político. Esse governo não reúne mais condições moral, institucional e política para continuar governando o Brasil”, afirmou Guimarães.

O líder Guimarães adiantou que a estratégia central da oposição é não dar quórum para a votação e que vai seguir dialogando com os 227 parlamentares que votaram pela aceitação da denúncia contra Temer para que não marquem presença e nem compareçam à Casa. “Esse é o melhor caminho para cada um se preservar. Não vir na Casa, não dar presença para que, assim, o governo mostre sua cara, mostre sua força”, adiantou Guimarães.

Dessa forma, acredita Guimarães, o ilegítimo será forçado a apresentar os 342 votos necessários para dar início à votação do parecer aprovado na Comissão de Constituição de Justiça da Câmara, que rejeitou a continuidade da investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “As insatisfações são crescentes e o Governo está apavorado porque a cada momento perde votos. Deputados não querem votar e estamos otimistas para conseguirmos o intento principal, que é derrotar o governo”, considerou Guimarães.

Balcão – Denunciou o líder da Bancada do PT, deputado Carlos Zarattini (PT-SP) o “balcão de negócios” montado pelo ilegítimo, no Palácio do Planalto. “Sabemos que ele está negociando emendas e, na semana passada, houve fortes negociação de cargos. Não é possível continuar esse estado de coisa. Um governo que tem uma denúncia desse tamanho para ser investigada não pode continuar exercendo o poder na base de uma maioria parlamentar alimentada por cargos e emendas”, protestou o líder do PT.

O líder do PDT, deputado Weverton Rocha (MA) afirmou que o governo não tem 342 votos necessários para barrar seu afastamento. “Acreditamos que, se amanhã, a sessão cair, teremos mais uma semana ou 10 dias para conseguirmos criar o ambiente necessário para contaminar de forma positiva a nossa população”, alegou o deputado, se referindo à força da mobilização popular para barrar a continuidade do governo golpista.