23/11/2016

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Racionamento afetará com maior intensidade os mais pobres

A grave situação de uma das mais prolongadas secas dos últimos anos pode ter consequências ainda maiores para o Ceará.

Em entrevista para a imprensa local, o engenheiro civil Francisco Teixeira, secretário dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará, não descartou a possibilidade de o governo estadual colocar em execução o racionamento de água para o abastecimento humano em caso da situação dos reservatórios cearenses se agravarem na condição de mais um ano de seca em 2017.

“Estamos fazendo nossas simulações para o próximo ano, e não é descartado medidas mais drásticas, entre elas o racionamento propriamente dito”, afirmou o secretário, alegando que o Ceará vive atualmente com 7,4% das suas reservas hídricas.

Segundo ele, a pasta estipulou uma economia de 20% do consumo nesse período de estiagem. Hoje, essa redução gira em torno de 15%, mas pode ainda atingir o percentual de 20% nos próximos meses de janeiro e fevereiro.

“Além da economia dos 20%, nós precisamos economizar ainda mais na agricultura. Estamos economizando, embora prejudicando a economia rural. Se falar em racionamento na agropecuária, hoje no Jaguaribe há um racionamento de 75% da água”.

“Mas como agricultura é que consome mais, e o consumo humano é prioritário, tem que cortar quem gasta mais mesmo prejudicando a economia do interior do Estado, sobretudo do Vale do Jaguaribe”, destacou.

Alternativas
O secretário afirmou que seria irresponsabilidade do poder público apostar todas as fichas na possibilidade de chuva em 2017, o que não tem acontecido nos últimos cinco anos, embora as condições meteorológicas não sejam tão pessimistas como para esse ano de 2016.

Francisco Teixeira afirmou que está sendo feito um trabalho de busca por alternativas de fontes de água para atenuar o problema.

“Estamos procurando fontes alternativas como água subterrânea do próprio Pecém, estamos trabalhando o reuso de água e usando o açude Maranguapinho", comentou Teixeira.

O deputado federal, José Guimarães, vem alertando sobre a irrresponsabilidade do governo federal em relação às obras da Transposição do Rio São Francisco. "Mais de 90% das obras foram deixadas prontas pelo governo Dilma e paralisaram as obras há seis meses deixando todo o Ceará à beira de um colapso hídrico sem precedentes", comentou.

Com informações do Jornal O Povo