03/08/2015

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Mais Médicos: 54% dos usuários dão nota 10 ao programa do governo Dilma

O programa Mais Médicos, do governo federal, é muito bem avaliado pela população que usa o serviço. Segundo pesquisa feita pelo Grupo de Opinião Pública da Universidade Federal de Minas Gerais, do Ministério da Saúde, 54% dos usuários entrevistados dão nota 10 ao programa criado em 2013 para levar médicos a regiões carentes do Brasil. Na média, os usuários dão nota nove ao programa.

Quando questionados se o atendimento nos postos de saúde melhorou após a chegada de novos médicos, 84% acham que o atendimento melhorou muito, 83% apontam melhora na duração da consulta e 81% acreditam que o profissional conhece mais os problemas de saúde do que os médicos anteriores.

O estudo ainda aponta que, diferentemente do que os que são contra o programa pensavam, a maioria dos pacientes atendidos pelos médicos estrangeiros não sentiu dificuldades na comunicação. Os dados apontam que 84% não tiveram dificuldades de entendimento e que apenas 2% sentiram muita dificuldade.

 “Mesmo que a infraestrutura da Unidade Básica de Saúde não seja muito boa, quando o atendimento médico é bom isso repercute bem na avaliação do programa”, defende a pesquisadora Helcimara Telles, coordenadora da pesquisa. Para ela, a satisfação está ligada à experiência dos médicos, já que 63% dos profissionais têm mais de dez anos de experiência, a maioria na atenção básica.

Os resultados da pesquisa foram apresentados durante o 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, em Goiânia. As entrevistas foram feitas em Unidades Básicas de Saúde de 700 municípios de todas as regiões do país entre 17 de novembro e 23 de dezembro de 2014. A margem de erro é 1%.

Recepção – Embora a aprovação do programa demonstrem que o Mais Médicos veio para ficar, a aprovação da aprovação da medida provisória que o institui encontrou forte resistência no Congresso Nacional e de sindicatos ligados aos médicos. Os profissionais da saúde promoveram protestos contra a proposta em todo o Brasil.

Num deles, médicos cubanos foram hostilizados pelos profissionais brasileiros na Escola de Saúde Pública do Ceará. O episódio, com 95 médicos estrangeiros sendo xingados de macacos e escravos por médicos brasileiros, acabou criando comoção nacional e serviu como virada de página para imagem do Mais Médicos.

No Congresso, a oposição se utilizou do caso de Ramona Matos Rodriguez, que desertou do programa social para pedir asilo ao governo brasileiro. Com a repercussão midiática, o gabinete da liderança do DEM na Câmara dos Deputados ofereceu abrigo à desertora e, após cobrar indenização pela experiência no Brasil, Ramona pediu à Justiça do Trabalho que o processo fosse extinto, “por razões de foro íntimo”.

“É uma verdadeira revolução essa que é a maior obra da presidente Dilma Rousseff para os brasileiros. Estamos oferecendo não apenas um melhor atendimento, mas fazendo com que os médicos cheguem onde sequer a população imaginou que um dia iria chegar”, opina o deputado federal José Guimarães (PT-CE).

Usuários - O perfil do usuário mostra que a maioria (80%) dos pacientes atendidos pelo Mais Médicos são mulheres, com filhos, renda de até dois salários mínimos e que 40% recebem Bolsa Família.

Para a doutora em saúde pública e professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Lígia Bahia, o programa cumpriu um papel importante no atendimento em áreas carentes.

“Ele não muda a estrutura do sistema público de saúde, mas ele foi capaz de levar assistência a uma parcela da população que não tinha”, avalia a pesquisadora.

Por fim, Lígia destaca que os médicos cubanos são muito experientes e bons e que isso pode ter levado à avaliação tão positiva dos pacientes. No entanto, Lígia contesta o modelo de dar uma nota ao programa. “Uma nota resumo não é um método adequado para uma pesquisa de satisfação do usuário”, defende.

Imagem: Ministério da Saúde