12/03/2014

Imprimir notícia

Compartilhe esta postagem:


Precisamos construir alternativas e pontes para que o dialogo flua

Em meio à aprovação de convocações de ministros para prestarem esclarescimentos na Câmara Federal, o deputado José Guimarães (PT-CE) declarou que o governo da presidente Dilma Rousseff não se opõe a prestar informações, mas disse que algumas convocações se utilizam de um viés político. “O momento é delicado e precisamos construir alternativas e pontes para que o dialogo flua", argumentou o parlamentar sobre a tensão entre PT e PMDB naquela Casa.

Hoje (12), somente a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) aprovou a convocação de pelo menos quatro ministros do governo a prestarem esclarecimentos. Na reunião do colegiado, dos 22 itens em pauta, 17 tratavam de pedidos de esclarecimentos às autoridades. Outras três comissões devem votar requerimentos para ouvir os ministros Paulo Bernardo (Comunicações), Francisco José Coelho Teixeira (Integração Nacional) e Moreira Franco (Aviação Civil).

"Não é o fim do mundo se no dia tem uma ou outra convocação. Nós temos é que baixar a temperatura. Não coloquemos mais um litro de querosene na fogueira. Nessas horas, tem que tirar o querosene e botar água", afirmou.

Pela CFFC, os partidos da oposição aproveitaram a crise entre as duas maiores bancadas partidárias da Câmara para manter com status de convocação os requerimentos para Aguinaldo Ribeiro (Cidades), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República), Jorge Hage (Controladoria-Geral da União) e Manoel Dias (Trabalho e Emprego). Guimarães conseguiu intervir a tempo e articulou para que convocação de Artur Chioro (Saúde) fosse transformada em convite, quando o ministro não é obrigado a comparecer à comisão.

Petrobras

Ontem (11), o Plenário da Câmara aprovou o requerimento para criação de uma comissão externa para investigar denúncias contra a Petrobras. Com a criação da comissão, deputados deverão viajar à Holanda.

O governo ainda tentou barrar a iniciativa da oposição por meio de um requerimento pela retirada da proposta, mas o plenário rejeitou o pedido. Por 267 votos a favor, 28 contrários e 15 abstenções, os parlamentares mantiveram em pauta a proposta da oposição. 

Para tentar dificultar o alcance do quórum, entraram em obstrução as bancadas do PT, do bloco PP/Pros, do PCdoB, do PDT e do PRB. O PSD liberou sua bancada e parlamentares do PMDB, além de PSC, PP, PROS, PDT, PTB, PR e Solidariedade votaram contra o governo.

Temperatura Máxima

O choque entre as duas maiores bancadas partidárias da Câmara, do PT e do PMDB, teve início em meados de dezembro com a discussão da reforma ministerial. No início de fevereiro, a presidente Dilma Rousseff interrompeu a reforma após a saída de Gleisi Hoffman da Casa Civil e de Alexandre Padilha do Ministério da Saúde.

Aloísio Mercandate assumiu a vaga da petista que deve disputar o governo do Paraná neste ano e Artur Chioro assumiu o posto do provável candidato petista em São Paulo. Henrique Paim assumiu o ministério da Educação no local de Mercadante.

Durante o carnaval, desentendimentos entre o presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão (SP) e o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), aumentaram as tensões sobre os palanques eleitorais nos estados. O desfecho entre a contaminação da pauta do Congresso e a sucessão eleitoral teria um desfecho com reunião da presidente Dilma com líderes do PMDB e o vice-presidente Michel Temmer no início desta semana.

O cenário de tensionamento, no entanto, parece não ter chegado ao fim.

(com informações das agências de notícias)