06/04/2017

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José Guimarães: Gleisi presidenta – Mudança pra valer

A escolha que fizemos na CNB (Construindo um Novo Brasil) pela indicação da senadora Gleisi Hoffmann como nossa candidata à presidência do PT tem um forte significado para nossa corrente e para o partido como um todo.
Passadas três décadas e meia da sua fundação, após comandar o governo federal por três mandatos inteiros e parte de uma quarta gestão, o PT vê-se diante do desafio de realizar o seu 6º Congresso com a tarefa de apresentar uma análise sobre sua experiência, acertos, erros e prospectar o seu futuro como principal partido político da esquerda brasileira e latino-americana.

O PT não pode sair o mesmo do 6º Congresso. A disputa pela nova direção precisa se dar de forma intimamente combinada com as deliberações sobre as mudanças no modelo de funcionamento e organização do nosso partido, bem como, na indicação de um programa para o Brasil que, reconhecedor do nosso legado, tenha seus olhos voltados para o futuro.

Será essencial que a nova direção reúna as condições políticas de, ao mesmo tempo, estabelecer um processo permanente de interlocução com a sociedade brasileira falando para fora dos muros do partido, assim como reúna credenciais de promover uma ampla concertação interna para implementação de importantes transformações na vida do partido.

Na relação com a sociedade brasileira, caberá à nova direção, ao lado do presidente Lula, a construção dessa travessia que vai da resistência ao golpe, contra a retirada de direitos dos trabalhadores, o desmonte do estado de proteção social e do próprio Estado Democrático de Direito, até a retomada de um projeto de esquerda, com o retorno de Lula à presidência e o início de um novo ciclo de governos democráticos e populares no país.

A retomada de um projeto de esquerda contra-hegemônico passa necessariamente por uma profunda reinserção do PT nas lutas concretas e imediatas do povo brasileiro, capaz de potencializar o papel tanto do movimento sindical, como de outros movimentos que não se organizam diretamente pelo local de trabalho, mas que atuam como movimentos organizados em razão do território, mulheres, negros, juventudes, LGBTs, moradia, transporte, educação, meio ambiente, economia solidária, reforma agrária etc., combinando-as sempre com a luta política mais geral de cunho transformador e anticapitalista. As recentes manifestações de rua e o combate intenso às medidas antipovo do governo usurpador nas redes sociais são uma demonstração clara do papel estratégico que as lutas sociais cumprem no enfrentamento do conservadorismo em nosso país.

A ação institucional do PT, por sua vez, precisa estar cada vez mais próxima, articulada e em permanente interlocução com esses atores sociais que se mobilizam na sociedade brasileira.

O fortalecimento de ações partidárias de comunicação e formação são igualmente indispensáveis nesse processo.

Na organização e no funcionamento do PT, novas instâncias são necessárias, sobretudo instâncias com funções de integração entre as várias frentes de luta, promovendo a articulação permanente entre mandatos, dirigentes, ativistas sociais, inclusive espaços que permitam a participação do não filiado simpatizante do partido.

A candidatura da senadora Gleisi Hoffmann representa, portanto, um firme compromisso da CNB com mudanças efetivas no PT, renovação essa que a própria candidatura já traduz em si mesma: uma mulher, guerreira, parlamentar brilhante, integrante de uma geração de petistas forjada na convivência com Lula e outros tantos dos nossos fundadores, cujos valores e convicções se sedimentam na construção do PT enquanto partido de esquerda, socialista, comprometido com a democracia, ética, justiça e inclusão social.

José Guimarães, deputado federal, líder da minoria na Câmara dos Deputados e vice-presidente nacional do PT, para a Tribuna de Debates.