01/11/2012

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Resultados Eleitorais, o papel do PT e o resgate da verdade

Por Rochinha

Primeiro, avalio como bastante positivo o processo político eleitoral como um todo, em especial porque é no município onde as pessoas vivem o seu dia a dia. Portanto, é através do poder municipalista local que de fato acontece um processo que, por si só, reforça a democracia representativa.

É lógico que até onde eu acompanho, as avaliações sempre partem de uma análise de conjuntura da política geral, o que é bastante compreensível, especialmente para o mundo da comunicação. Mas os resultados precisam ser melhor mapeados para que o leitor tenha uma compreensão exata da verdade.

No dia 28 de outubro, a principal preocupação da mídia era conjugar a análise dos resultados do primeiro e do segundo turno projetando o que poderia acontecer em 2014 e que tem como pano de fundo especulações em relação especialmente à reeleição da presidenta Dilma e a unidade ou não dos partidos que apóiam o governo. Especulando especialmente em cima de resultado dos principais partidos e atores que por ventura, segundo a mídia, saíram fortalecidos ou não, do resultado das eleições de 2012.

Como já é sabido, o Partido dos Trabalhadores – PT angariou no primeiro turno um total de 17 .264.643 de votos, em segundo lugar vem o PMDB com 16.675.787 votos, em terceiro lugar vem o PSDB com 13.927.212 de votos, em quarto lugar vem o PSB com 8.664.886 de votos e os demais partidos tiveram juntos um total de 46.405.654 votos. Se prevalecer exclusivamente como ponto de partida o quantitativo dos votos dos partidos que compõe a base de apoio e se tiver unidade desses mesmos partidos no que tange o apoio a reeleição da presidente Dilma, estaríamos vitoriosos com dois anos de antecedência.

Na minha opinião, são muitos os ingredientes políticos que juntos poderão ou não formar uma unidade que garanta, daqui a dois anos, a repetição do que aconteceu em 2012. São vários os fatores. Um deles, ou talvez o principal: os partidos e os prefeitos eleitos conseguirem fazer uma administração que não decepcione os eleitores que confiaram neles nesta eleição que termina. Detalharei isso em outro artigo que divulgarei daqui a poucos dias.

O PT conseguiu eleger prefeitos em 21 cidades com mais de 150 mil habitantes, sendo que destes, 16 nas cidades acima de 200 mil eleitores e 4 são capitais, de um total de 83 municípios que o PT disputou nesta faixa de eleitorado.

Nas demais cidades, o PT elegeu 614 prefeitos e em aliança com outros partidos, participando com candidatos a vice-prefeitos elegeu um total de 1124 municípios.

Assim sendo, vamos governar um contingente de 27,6 milhões de eleitores. Mas a grande polêmica que se trava na mídia é não esclarecer didaticamente estes dados e discutir exclusivamente na política o que interessa a ela (a MÍDIA). Pego como exemplo o alarde que se faz em torno dos personagens Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Abaixo mostrarei uma tabela com bastante clareza sobre a distribuição geográfica do resultado eleitoral, sobre esses partidos e sobretudo com relação a esses dois personagens. Faço isso para esclarecer ao leitor as razões do porque a imprensa tanto insiste em pô-los em evidencia.

Conhecendo razoavelmente bem o perfil dos partidos políticos no Brasil, nem sempre o resultado do partido representa e condiz com o perfil dos personagens citados. Especialmente destes dois.

Em se tratando do PSB, na minha opinião, a grande vitória do personagem Eduardo Campos se deu em boa parte no estado do qual ele é governador porque além de eleger o prefeito de Recife teve de fato um predomínio extraordinário de prefeitos eleitos no seu estado. A vitória do PSB em Fortaleza é uma vitória exclusivamente da família Ferreira Gomes tanto na capital, quanto no interior, nas pessoas de Cid Gomes, Governador do Ceará e Ciro Gomes que também foi Governador do estado e prefeito de Fortaleza. A vitória de Marcio Lacerda em Belo Horizonte é uma vitória exclusiva de Aécio Neves e de Ciro Gomes. Os demais prefeitos eleitos em Rondônia e Cuiabá tem dinâmica própria. Então, o resultado numérico não bate com o resultado político. O PSDB que sempre foi alardeado pela mídia com seu predomínio na região Sudeste e Sul, com todo respeito, foi confinado para região Norte, com todo respeito que tenho a esta região. Em Aracajú, o DEM ganhou com um dos principais representantes do coronelismo do Nordeste chamado João Alves, que sempre se comportou com absoluta independência política pessoal. Em Salvador, a vitória do ACM Neto teve, sem dúvida nenhuma, uma grande importância política, entretanto foi um fracasso o resultado do DEM no interior do estado, aonde o Carlismo dominou por quase meio século.

O mais engraçado é que o senador Aécio Neves deixou claro para o mundo político que nessas eleições de 2012 ele usou muito mais adesivos com o número 40 do PSB do que 45 do PSDB. Na minha opinião, ele deveria ter falado isso entre quatro paredes e não em público. Sobre essa façanha do Aécio, na minha opinião a explicação pública cabe ao presidente nacional do PSB Eduardo Campos. Depois me aprofundarei sobre esse assunto: mais 40 do que 45, isto é, qual o significado dessa paródia do Aécio Neves. Aguardem o próximo artigo.

Evidencio que faço questão de apresentar e avaliar esses dados nesse primeiro momento porque, daqui a alguns dias, pretendo esmiuçar detalhadamente o quadro da composição de forças políticas que passam a compor o cenário nacional a partir dessas eleições. Só para conhecimento, abaixo há duas pequenas tabelas: a primeira relacionada ao número de prefeitos que os partidos tiveram por estado, a outra com relação ao número de eleitores que os partidos governarão a partir de 2013.