10/02/2010

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PT: 30 anos pelo Brasil

O PT foi concebido no chão das fábricas, por operários e operárias em revolta contra a exploração capitalista e a opressão da ditadura. Veio à luz num estádio de futebol, onde manifestações multitudinárias desafiavam os helicópteros da ditadura e operários exalavam sem medo o hálito selvagem da liberdade.


Construiu-se zelando por sua independência com relação ao estado e às elites e estreitamente ligado aos movimentos sociais que clamavam contra as injustiças seculares e contra a opressão exercidas pelas elites.


Conheceu o isolamento com relação aos políticos tradicionais, decorrente de suas posições libertárias. Pagou com vidas generosas sua lealdade às bandeiras e às reivindicações das camadas mais humildes da população.


Na vanguarda, foi o primeiro partido a se mobilizar pelas Diretas Já. Em 27 de novembro de 1983 organizou o primeiro comício das diretas em frente ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo. A partir de janeiro de 1984 esta campanha, abraçada por várias outras forças democráticas, transformou-se na maior mobilização de massas da história do Brasil.


Em abril de 1984, a Câmara dos Deputados rejeitou a emenda constitucional Dante de Oliveira, que estabelecia eleições diretas para Presidente da República, governador e prefeito. Enquanto outras forças aceitaram disputar a Presidência da República, o PT preferiu o isolamento a conceder legitimidade a um Colégio Eleitoral que chamava de espúrio.


Mas o PT romperia esse isolamento participando, com sucesso, das primeiras eleições para prefeitos de capitais, depois do fim da ditadura. Obteve votações expressivas em várias cidades e venceu em Fortaleza.
Nas eleições constituintes de 1986, o PT dobrou sua bancada federal - saiu de 8 para 16 deputados. Apesar de pequena, a bancada do PT soube se articular com outras forças progressistas para deixar sua marca na Constituição.


Nas eleições municipais de 1988, o PT conquista São Paulo e outras cidades expressivas. Em 1989, na primeira eleição direta para Presidente da República, depois da ditadura militar, o PT apresenta o nome de Lula, em aliança com PCdoB e PSB. Num segundo turno eletrizante, em que não faltaram golpes baixos, Fernando Collor consegue derrotar Lula.


Em 1992, uma CPI que apurou denúncias contra o governo Collor indica a cassação do mandato do presidente. O Plenário da Câmara aprova o pedido. Com o afastamento de Collor, o cargo é assumido provisoriamente por seu vice, Itamar Franco. Em dezembro, antes de o Senado votar seu afastamento definitivo, Fernando Collor renuncia.


Em 1994, Lula aparecia como favorito nas pesquisas. O sucesso do Plano Real em debelar a hiperinflação, permite às elites se articularem em torno do nome Fernando Henrique Cardoso, intitulado ‘pai do Real’, que vence no primeiro turno.


Com FHC, ganha força a aplicação do projeto neoliberal. O PT faz uma oposição combativa a esse projeto, não somente com a resistência parlamentar contra a quebra dos monopólios e as privatizações, mas também com o apoio a movimentos sociais como a greve dos petroleiros e mobilizações como a marcha dos cem mil sobre Brasília.


O projeto neoliberal já dava sinais de fadiga nas vésperas da reeleição de FHC, mas ele conseguiu adiar a crise. Venceu as eleições 1998, mas logo na segunda quinzena de janeiro de 1999, foi obrigado a desvalorizar o Real, o que permitiu uma visão da “real” situação economia brasileira. A partir daí, seu governo mergulhou na mediocridade e na decadência, simbolizada no entreguismo e desmonte da máquina pública.


Em 2002, com FHC desgastado, isolado e totalmente submetido ao FMI, o PT consegue ampliar seu arco de alianças e Lula vence as eleições.


Desde então, Lula vem fazendo um governo que marca época no Brasil e desperta a atenção do mundo. Pela primeira vez, a economia brasileira cresce de forma sólida, sem dívida externa, com inclusão social, inflação sob controle, recorde em geração de empregos e ascensão social de 31 milhões de brasileiros. O projeto transformador do PT e da base aliada gerou um autêntico círculo virtuoso.


Ao longo destes 30 anos, construímos um PT aberto, democrático, plural e maduro, em sintonia com o seu tempo. O respeito que conquistamos é fruto de muito trabalho e da dedicação de milhões de militantes espalhados pela imensidão do Brasil e unidos pela nobreza do sonho – cada vez mais real - de um País melhor para todos.
PT, os que vão nascer te saúdam.

José Guimarães
Deputado Federal e presidente do PT Ceará de 1991 a 2000